Acordo com tarifa a R$ 4,40 deve colocar fim à ameaça de greve do transporte
Consórcio aceitou tarifa a R$ 4,40, mas com valor diferenciado a servidores e Poder Público "bancando" alunos
Acordo desenhado hoje deve acabar com ameaça de paralisação dos trabalhadores do transporte coletivo de Campo Grande, além de definir, para o público em geral, a tarifa de R$ 4,40 a ser paga, ainda sem data definida. Na negociação, ficou acertado que, no caso dos servidores municipais, o poder público ainda vai bancar diferença sobre os R$ 5,15 que havia sido pedido pelo Consórcio Guaicurus.
Ao Campo Grande News, o prefeito Marquinhos Trad (PSD) confirmou que o decreto estipulando o novo valor da passagem será publicado no Diogrande (Diário Oficial de Campo Grande) nessa quarta-feira (12). A nova tarifa será cobrada a p0artir de segunda-feira (17).
Além disso, o prefeito confirmou que uma nova reunião será realizada amanhã, às 10h, no MPT (Ministério Público do Trabalho).
Esse subsídio atenderia pedido da concessionária que, agora, poderá conceder o reajuste pedido pelos funcionários do transporte coletivo, que ameaçavam greve caso não recebessem reajuste de 11,08% solicitado ao setor patronal. A paralisação estava prevista para o dia 14 de janeiro.
Além disso, a prefeitura também assumiria o gasto com os estudantes da Reme (Rede Municipal de Ensino), mantendo a gratuidade para este público. O mesmo também será pedido em relação ao governo, para que banque os alunos da Rede Estadual de Ensino.
A negociação ainda depende do subsídio que foi pedido ao governo do Estado, que também teria que bancar a tarifa diferenciada para os servidores estaduais e, com isso, chegar a acordo que atende a proposta da prefeitura e do consórcio.
O acordo foi discutido em nova reunião realizada hoje à tarde, no Paço Municipal, como a comissão formada para discutir o reajuste do transporte coletivo.
Os motoristas do Consórcio Guaicurus haviam pedido os 11,08% de aumento, mas o diretor-presidente do grupo, João Rezende Filho, havia dito que não teria condições de bancar esse percentual caso a prefeitura insistisse no aumento de R$ 4,20 para R$ 4,40 da tarifa e não os R$ 5,15 pedidos pelo grupo.
Hoje, na reunião, a proposta é que a prefeitura e governo do Estado banquem a tarifa dos servidores públicos, que seria de R$ 5,15, além do passe dos estudantes, uma das principais reclamações do Consórcio Guaicurus. O secretário municipal de Finanças e Planejamento, Pedro Pedrossian Neto, calcula que, no caso do município, o subsídio e o gasto com os estudantes irá representar gasto mensal de R$ 150 mil.
O acordo ainda tem pontas soltas, pois depende que o governo do Estado também banque a tarifa diferenciada para servidores e a gratuidade dos estudantes. A reportagem entrou em contato com o governo e a resposta é que estes desembolsos ainda estão sendo avaliados.
Caso o acordo seja fechado, ainda deve passar por anuência do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), o Conselho Municipal de Regulação e Controle Social da Agereg (Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos) e apreciação na Câmara Municipal.
“Estamos nos sacrificando, o cliente paga caro e questiona com razão, estamos confiando na prefeitura”, disse João Resende. Além dele, participaram do encontro os secretários Pedrossian Filho (Finanças), Antônio Lacerda (secretário de Governo e presidente do comitê), Otávio Figueiró (diretor-executivo da Agereg), Odilon de Oliveira Junior (titular da Agereg) e Janine Ribeiro (diretor da Agência Municipal de Trânsito).
"Os trabalhadores terão o reajuste, dividindo o problema, fazendo que o município arque com a gratuidade e o Estado sinalizou que vai arcar com a Rede Estadual de Ensino. A Lei de Diretrizes da Educação já fala que é dever do Estado garantir o transporte dos alunos. Contudo, antes, a tarifa com todas as gratuidades era bancada por todos", disse Otávio Figueiró.
A reportagem também entrou em contato com o STTCU (Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Coletivo Urbano), mas não obteve retorno.