Anvisa autoriza que MS e outros estados importem vacina Russa
Apesar das condições, governo de MS segue com o interesse em adquirir os imunizantes
Em reunião pública, que teve a duração mais de 8 horas, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), deu aval para que Estados importem em caráter excepcional, as vacinas Sputnik V, produzidas na Rússia, mas impôs uma série de condicionantes para a compra e uso dos imunizantes no país.
Em abril deste ano, o governo de Mato Grosso do Sul demonstrou interesse em adquirir os imunizantes em conjunto com os estados de Goiás, Mato Grosso, Tocantins, Maranhão, Rondônia e Distrito Federal. O consórcio montado pelas federações negociou as vacinas diretamente com o Fundo Russo de Investimento Direto (RDIF), um total de 28 milhões de doses.
De acordo com o secretário estadual de saúde, Geraldo Resende, mesmo com as condicionantes impostas pela agência, Mato Grosso do Sul segue com o interesse em adquirir os imunizantes em conjunto com os estados.
“Seguimos com a intenção de compra, amanhã vou me reunir com o governador para analisar a situação, saber onde parou as negociações e de onde vamos partir. Vamos entrar em contato também com o consórcio que está sendo liderado pelo governador do Distrito Federal para dar continuidade no processo”, informou Resende.
Também em abril, a aquisição da vacina foi desautorizada pelos diretores do órgão por falta de documentação comprobatória de segurança do imunizante. Na época, o governo de Mato Grosso do Sul informou que havia em caixa, R$ 2 milhões de recursos próprios para a compra dos imunizantes. Segundo o secretário esse montante continua disponível para a aquisição dos imunizantes.
Entre as condicionantes para aquisição da vacina determinadas nesta nova avaliação, a Anvisa recomendou a aplicação apenas em adultos saudáveis, ou seja, em caso de importação gestantes, idosos e pessoas com comorbidade não poderão receber o imunizante.
Além disso, há uma lista de outras condicionantes, como condução de estudo de efetividade; bulas em português inclusive com as restrições adotadas; que os lotes importados sejam aprovados por laboratórios certificados; que a importação seja feita com de termo de compromisso a ser celebrado com a Anvisa e implantação de programa de monitoramento de eventos adversos, que nada mais são do que reações.
De acordo com o diretor-presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, ainda há “incertezas técnicas”, em razão da falta de algumas informações sobre os imunizantes que possam garantir sua segurança e eficácia contra covid-19, por esse motivo foi deliberado a adoção de condicionantes para sua importação no Brasil.