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Cidades

Após contato com o Nelsinho, Mandetta diz que está se "automonitorando"

Ministro teve contato com o primo, positivo para coronavírus; Mandetta também falou sobre presença de Bolsonaro em protestos

Silvia Frias | 16/03/2020 08:33
Mandetta e presidente em pronunciamento na útima semana (Foto/Reprodução)
Mandetta e presidente em pronunciamento na útima semana (Foto/Reprodução)

A orientação do Ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, de evitar aglomerações para reduzir transmissão do novo coronavírus, vale para todo mundo, inclusive, para o presidente da República, Jair Bolsonaro. “É ilegal? Não. Mas a orientação é não. E continua sendo não para todo mundo”.

Em entrevista à Folha de S. Paulo, o ministro, primo do senador Nelsinho Trad, positivo para coronavírus, disse que “já se considera uma pessoa em monitoramento”, como se tivesse viajado em avião, por ter tido contato com parlamentar.

“Arrumei tudo para os meus pais e deixei aqui só minha mulher, que é médica. Estou me observando, se eu tiver sinal de febre, coriza, vou procurar fazer o exame e se confirmar vou ficar em isolamento. Mas até agora não tenho nenhum sinal.

Mandetta também falou sobre a atitude de Bolsonaro ontem (15), durante as manifestações, em que apertou a mão de diversas pessoas e tirou fotos desrespeitando a distância mínima de um metro, conforme orientação do ministério.

 “Não é ele, é o Brasil como um todo (...) Mas todo mundo tem que fazer sua parte. Quem não está em transmissão sustentada hoje, daqui a uma semana pode estar, daqui a duas vai estar. Quanto mais rápido tiver transmissão, maior vai ser a necessidade de determinação de paralisação. Então eu vejo isso geral, tanto as pessoas que resolveram fazer”.

Ainda sobre o comportamento de Bolsonaro, Mandetta disse que tem as recomendações, “mas não é todo mundo que segue ao mesmo tempo”, mas é bom que todos se organizem, com as igrejas. O ministro contemporizou dizendo que pelo menos “foi ao ar livre”, mas acho que a aglomeração “foi desnecessária”.

Mandetta avaliou que todos podem organizar, diminuir aglomeração, ter a etiqueta social. “Isso vale para a imprensa também, para todo mundo. Essa semana fizeram reuniões na Câmara. Falei: "Gente, isso aqui parece o chá da gripe".

O ministro lembrou que o País não vive estado de exceção e e que há o livre-arbítrio. “Falei para minha mãe: a senhora vai ter que parar de ir na missa. Você acha que ela obedeceu na primeira semana?”.

“Isso não é só o presidente. Sei que para vocês isso é emblemático. Mas é para o Brasil inteiro. A ficha vai cair devagar, mas vai cair para todo mundo. Vai chegar uma hora que, se repetir o cenário de fora, não tem isso de acho ou não acho legal. A coisa vai se impor”.

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