Chikungunya teve aumento de 332% no ano passado em relação a 2021
Desde o começo da série histórica em 2014, o ano passado foi o que mais registrou casos prováveis da doença
A SES-MS (Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso do Sul) divulgou o boletim com os dados consolidados de chikungunya de 2022. Desde o começo da série histórica em 2014, o ano passado foi o que mais registrou casos prováveis da doença, com 753. Desse total, 237 foram confirmados.
Em 2021, o número foi 332% menor com 174 casos prováveis. O primeiro caso provável de chikungunya foi no ano de 2014. De lá para cá, de acordo com o boletim da SES, foram 1.825 casos prováveis. Com isso, 2022 registrou 41,2% do total. O segundo ano com mais registros foi 2018, com 271 casos.
Os municípios com mais casos confirmados em 2022 foram Chapadão do Sul (46), Campo Grande (33), Nioaque (25) e Dourados (21). Ao todo, 52 das 79 cidades de Mato Grosso do Sul tiveram casos.
Em relação à incidência (divisão dos casos prováveis pela população local multiplicado por 100 mil habitantes). As maiores são de Brasilândia com 1.392, Nioaque com 1.356,2 e Costa Rica com 368,9, essas são as três cidades classificadas com alta incidência.
A doença, assim como a dengue e a zika, é transmitida por um vetor, o mosquito aedes aegypti. O médico infectologista Rodrigo Nascimento Coêlho informa quais são os principais sintomas. "Dor de cabeça, dor no corpo e principalmente dor nas juntas. A febre pode menor que a dengue". Ele complementa que a chikungunya é menos letal que a dengue.
Os cuidados, de acordo com o médico, são os mesmos de um paciente que apresenta quadro de dengue ou zika. Nascimento ressalta que é possível um paciente ter mais de dois vírus circulando no corpo. "Pode acontecer de pegar duas ou mais doenças ao mesmo tempo. Dengue e chikungunya ou covid é provável. A gente atribui isso a uma falta de sorte, mas pode ocorrer".
No entanto, não é só enquanto o vírus está ativo que existe a preocupação. "A pessoa que pega chikungunya pode ficar com dor e limitação dos movimentos nas articulações por um grande período de tempo. Podem ficar sequelas irreversíveis", alerta o médico.
A SES-MS foi consultada sobre o aumento dos casos de chikungunya. Em nota, via assessoria, a Secretaria disse que o "aumento é devido à circulação do vírus em todo o País". Sobre as ações de conscientização da população, informou que os 79 municípios recebem ações. "Alertamos sobre cuidados com os quintais, limpeza, evitar água parada para proliferação do mosquito e utilização de repelente".