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Cidades

Fórum afirma que polícia não dá conta do volume de armas que entram por MS

Os armamentos apreendidos ingressam no território nacional, via Mato Grosso do Sul

Viviane Oliveira | 14/09/2022 08:57
Apreensão de armas feita pela Polícia Rodoviária Federal em Bataguassu (Foto: divulgação / PRF)
Apreensão de armas feita pela Polícia Rodoviária Federal em Bataguassu (Foto: divulgação / PRF)

A  PRF (Polícia Rodoviária Federal) registrou aumento de 60% na apreensão de armas nas rodovias de Mato Grosso do Sul entre 2020 e 2021. Neste ano, de janeiro a julho, já foram feitas 49 apreensões pela corporação. A maioria do armamento apreendido sai do Paraguai,  entra no território nacional, via MS, e tem como destino os grandes centros, como Rio de Janeiro e São Paulo.

Em 2020, segundo a PRF, os policiais rodoviários federais apreenderam 58 armas no Estado (1 carabina, 10 espingardas, 3 fuzis, 20 pistolas, 24 revólveres). No ano passado, o número subiu para 96 (5 carabinas, 7 espingardas, 14 fuzis, 42 pistolas, 26 revólveres, 1 metralhadora, e 1 tipo de arma não identificada). No total, foram 38 armamentos a mais que o registrado no ano anterior.

Segundo Ivan Marques, pesquisador e membro do Fórum Brasileiro de Segurança, as técnicas utilizadas pela polícia são eficientes, mas não dão conta do volume de armas que entram em território nacional pelas fronteiras secas de MS com Paraguai e Bolívia.“Há ainda muito o que se fazer, como investimento no trabalho policial e de cooperação internacional”, explicou.

São 1.517 km de fronteira a serem vigiados - 1.131 km com o Paraguai e 386 km com a Bolívia. A área definida como Faixa de Fronteira pela legislação brasileira compreende 1.517 km de extensão e 150 km de largura.

Conforme o pesquisador, o combate ao tráfico de armas envolve vários fatores como investimento do governo federal, inteligência policial e trabalho realizado nos destinos dessas armas.

Em agosto deste ano, policiais rodoviários federais apreenderam 2 pistolas, 2 carregadores e 50 munições, em Dourados. Ao todo, quatro pessoas foram presas. A equipe policial abordou, no km 7 da BR-463, ônibus de itinerário Ponta Porã /São Paulo. Ao realizar fiscalização entre os passageiros, duas mulheres deram respostas confusas sobre os motivos da viagem, e após fiscalização dos policiais, foram encontrados, nas malas delas, maconha, skunk e haxixe.

Ainda no ônibus, dois homens também se mostraram nervosos com a abordagem policial. Após vistoria dos agentes, duas pistolas foram localizadas na cintura dos passageiros. As pistolas, de calibre 9mm, estavam desmuniciadas e, uma delas com a numeração raspada. Na bagagem de um deles, foram localizadas 50 munições e dois carregadores.

Drogas e duas pistolas apreendidas pela PRF em ônibus que fazia o itinerário Ponta Porã / São Paulo (Foto: arquivo / PRF)
Drogas e duas pistolas apreendidas pela PRF em ônibus que fazia o itinerário Ponta Porã / São Paulo (Foto: arquivo / PRF)

Em março do ano passado, uma das ocorrências registradas pela PRF (Polícia Rodoviária Federal) chamou a atenção pela quantidade de armas apreendidas. O flagrante foi em Bataguassu. Os policiais rodoviários federais fiscalizavam trecho da BR-267, quando abordaram uma Dodge/Journey, com placas de Bandeirantes.

O motorista, de 32 anos, demonstrou nervosismo durante a entrevista policial, levantando suspeitas na equipe. Após buscas no veículo, os policiais descobriram vários compartimentos secretos, onde estavam escondidos 12 fuzis de calibres 7,62 mm e 5,56mm, duas pistolas, 22 carregadores e 1.381 munições de calibres .380, 5,56 e 7,62.

Estatísticas - Conforme a Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública), nos últimos três anos, 2 mil armas foram apreendidas em ações policiais no Estado. Foram 741 em 2020, 780 em 2021 e até setembro deste ano 469. O destaque dessas apreensões vai para revólveres (1.048) e pistola (518).

De acordo com o coronel Wagner Ferreira da Silva, diretor do DOF (Departamento de Operações de Fronteira), o combate aos crimes na fronteira sempre foi um dos principais desafios da segurança pública no Estado.

Para o coronel, essa “guerra” deve ser travada em ações integradas pelos diversos entes estatais, “pois sabemos que a maior parte das drogas e armas que ingressam no território nacional, via Mato Grosso do Sul, tem destino os grandes centros urbanos do País e os portos/aeroportos para se atender o mercado internacional”, disse ao comentar sobre a estrutura do departamento, que completou 35 anos, e protege uma faixa de fronteira com 32 municípios.

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