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Cidades

MS enfrenta surto de sarampo, doença que estava erradicada

Com cinco casos confirmados somente este ano, alerta se acende, já que doença apresenta risco de morte

Lucia Morel | 10/06/2020 06:40
Vacina é principal forma de prevenção à doença. (Foto: Henrique Kawaminami)
Vacina é principal forma de prevenção à doença. (Foto: Henrique Kawaminami)

Mato Grosso do Sul, assim como outros 19 Estados do Brasil, enfrenta surto de sarampo, conforme dados do Ministério da Saúde. São apenas cinco casos confirmados no Estado este ano, mas suficientes para acender alerta da doença, que estava erradicada em todo País.

No ano passado, de acordo com a SES (Secretaria de Estado de Saúde) foram duas confirmações. Vale destacar que Mato Grosso do Sul não registrava casos de sarampo desde 2011. Até o momento, não houve óbitos pela doença no Estado e todas as confirmações são de habitantes de Campo Grande.

Boletim recente da Secretaria Estadual indica que dos cinco casos confirmados este ano em MS, três são mulheres e dois homens entre 21 e 53 anos de idade. Entre eles, há apenas dois casos de pessoas que podem ter sido contagiadas durante viagem: uma à França, em janeiro deste ano e outra ao Rio de Janeiro, em março.

Com isso, conforme a SES, “os três restantes estavam em Campo Grande sem história de viajem, mostrando a circulação do vírus no município”.

A SES destaca ainda que “o último caso de sarampo registrado em Mato Grosso do Sul foi em 2011. Em 2015, o Brasil havia registrado o último caso da doença, no Ceará. Devido a isso, o país chegou a ganhar, em 2016, o certificado de eliminação do sarampo e em 2017 houve a manutenção do Certificado de Eliminação do Sarampo no Brasil”.

Fonte: SES / Arte: Thiago Mendes
Fonte: SES / Arte: Thiago Mendes

Em 2019, no Brasil, 15 pessoas morreram da doença, que voltou com força principalmente no Estado de São Paulo, onde 15,3 mil foram infectadas e 14 faleceram. Este ano, já são 3.629 pessoas infectadas pela doença no País e quatro óbitos.

Um dos maiores riscos do sarampo, é seu fácil contágio. De acordo com a gerente técnica de doenças agudas e exantemáticas da SES, Jakeline Miranda Fonseca, "o contágio por sarampo também pode ser por dispersão de aerossóis com partículas virais no ar, em ambientes fechados, como escolas, creches e clínicas. O vírus permanece ativo e contagioso no ar ou em superfícies infectadas por até 2 horas".

Combate e prevenção – Uma das únicas formas de prevenção à doença é a vacina, que é obrigatória em crianças de 6 a 12 meses de idade. Durante o ano passado e ainda este ano, campanha é realizada para imunizar tanto crianças quanto pessoas entre 20 e 49 anos.

Jakeline afirma que, "para a prevenção, é importante ter no mínimo duas doses da vacina contra o sarampo, disponível no SUS, conforme Calendário Vacinal recomendado pelo Ministério da Saúde".

Além disso, explica não haver tratamento específico contra a doença depois que a pessoa se infecta com o vírus. "Os medicamentos são utilizados para reduzir o desconforto ocasionado pelos sintomas da doença. Para crianças é recomendado suplementos de vitamina A para redução da morbimortalidade e prevenção das complicações pela doença, conforme orientação médica", afirma.

Entre os adultos imunizados em 2020, são 71.261 em Mato Grosso do Sul, segundo o Ministério da Saúde. Entre crianças de 0 a 5 anos, foram 157.502 imunizações em 2019.

Dentre os principais sintomas da doença estão febre e feridinhas vermelhas na pele, acompanhados de um ou mais dos seguintes sinais e sintomas: tosse, coriza e conjuntivite.

A maioria das mortes relacionadas com o sarampo são causadas por complicações associadas com a doença, já que muitas pessoas desenvolvem conjuntivite, pneumonia e infecções no ouvido em decorrência dela. Complicações são mais comuns em crianças menores de cinco anos de idade, ou adultos com mais de 20 anos de idade.

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