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Cidades

Pedido de PM apontado como líder de quadrilha para paralisar ação é negado

Defesa do subtenente Silvio Molina tentava se reunir com cliente sem monitoramento imposto em presídio federal

Humberto Marques | 20/06/2019 18:28
Subtenente está preso em Mossoró; advogados tentavam reuniões reservadas para tratar da instrução da ação contra suspeito de comandar esquema de tráfico. (Foto: Reprodução)
Subtenente está preso em Mossoró; advogados tentavam reuniões reservadas para tratar da instrução da ação contra suspeito de comandar esquema de tráfico. (Foto: Reprodução)

Apontado como líder de uma organização criminosa especializada no tráfico de drogas a partir da região sul do Estado, o subtenente da Polícia Militar Silvio Cesar Molina de Azevedo teve negado pedido para paralisação de ação da Operação Laços de Família –que investiga o esquema– até que possa se reunir com seus advogados sem que haja monitoramento no presídio federal de Mossoró (RN), onde ele está detido.

O pedido foi analisado pelo desembargador federal Maurício Kato, do TRF-3 (Tribunal Regional Federal da 3ª Região) às vésperas do início da instrução do processo, marcada para segunda-feira (24).

A defesa de Molina alegou que ele está preso há mais de um ano sem que a instrução processual tenha iniciado e aponta “violação à dignidade profissional” do advogado, que estaria impedido de atuar junto ao cliente com liberdade, diante da escutas e monitoramento, com gravação, de diálogos tratados dentro do presídio federal.

A apelação ao TRF-3 ocorreu depois de o juiz Bruno Teixeira, da 3ª Vara Federal de Campo Grande, ter rejeitado o pedido original, apontando ser uma questão administrativa dentro do regime prisional federal –que precisaria ser analisada pelo juiz corregedor da penitenciária potiguar. Os advogados solicitaram a suspensão da ação penal até que possam exercer o direito de defesa, contatando Molina de forma “reservada e sigilosamente”.

Kato descartou constrangimento ilegal e considerou que a decisão de primeira instância está “devidamente fundamentava”.

Laços de Família – A investigação contra Silvio Molina e seus familiares foi deflagrada em 25 de junho de 2018. O subtenente foi acusado de liderar um grupo que mantinha relações comerciais com facções criminosas a partir de Mundo Novo –a 476 km de Campo Grande. A organização criminosa detinha diferentes núcleos, focados no tráfico de drogas.

Durante a investigação, a Polícia Federal apreendeu R$ 317.498,16, joias avaliadas em R$ 81.334,25, duas pistolas, 27 toneladas de maconha, duas caminhonetes e 11 veículos de transporte de carga. Os mandados de busca e apreensão atingiram mais de 140 veículos, entre automóveis, motocicletas, helicópteros e embarcações, além de imóveis.

Na Laços de Família, foram investigados crimes como tráfico transnacional de drogas, associação para o tráfico, lavagem de capitais e posse ilegal de arma de fogo. A denúncia foi aceita em agosto pela Justiça Federal. Molina também foi investigado por um duplo homicídio em janeiro de 2018, supostamente relacionado com uma guerra entre facções.

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