Você toma medicamentos por conta própria? Profissionais alertam sobre riscos
Nesta sexta-feira é celebrado o Dia Nacional do Uso Racional de Medicamentos
No Dia Nacional do Uso Racional de Medicamentos, celebrado nesta sexta-feira, dia 5 de maio, a maior preocupação dos profissionais tem sido alertar sobre os perigos da automedicação.
A data tem como objetivo conscientizar as pessoas sobre a importância de utilizar remédios de forma adequada e responsável.
De acordo com a Pesquisa de Automedicação do ICTQ (Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico), publicada em 2022, 89% dos brasileiros usam medicamentos sem orientação médica.
Na visão do farmacêutico e coordenador da Assistência Farmacêutica do HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul), Rodrigo Novais, a atitude causa consequências graves, como intoxicação e resistência aos remédios.
“Um problema comum é o uso excessivo de antibióticos que muitas pessoas usam para tratar sintomas simples, como dores de cabeça e resfriados. O uso indevido de antibióticos é uma das principais causas da resistência bacteriana, o que pode tornar as infecções mais difíceis de tratar”, alertou.
Além disso, o profissional também ressalta que a automedicação pode mascarar sintomas de doenças mais graves, o que dificulta o diagnóstico e o tratamento adequado.
O negociador Wesley Andrei Costa, de 24 anos, confessa que faz o uso por conta própria. “Uso remédio para gripe, alergia, dipirona, anti-inflamatório, porque não precisa de receita”, disse.
Já a advogada Jaqueline Souza, de 37 anos, tenta, ao máximo, não tomar remédio sozinha, já que a irmã é farmacêutica. Quando se trata de uma dor diferente, ela diz preferir procurar por atendimento, já quando é algum remédio básico para dor de cabeça, por exemplo, Jaqueline conta que toma por conta própria.
Para a vendedora Franciane Turella, de 40 anos, o fato de existir remédios que não necessitam de prescrição e a demora por atendimento médico faz com que ela tome remédios sozinha.
“Tomo dipirona, nimesulida. Para falar a verdade, ir no posto ou médico e ficar 3 horas esperando para uma dor de cabeça, não compensa, né?”, pontuou.
Letra legível – Neste ano, o CFF (Conselho Federal de Farmácia), juntamente com os Conselhos Regionais, lançaram a campanha "Uma letra ilegível pode ser fatal".
Segundo o assessor técnico do Conselho Regional de Farmácia de Mato Grosso do Sul, Adam Macedo, para se ter o uso racional, é necessário que a prescrição seja adequada.
“Para que tenhamos o uso racional, nós precisamos que os medicamentos sejam bem indicados, que sejam prescritos adequadamente, de forma legível, que sejam aviados com orientação, sempre qualificado e que sejam administrados de maneira correta e adequada”, destacou.
Adam também ressaltou que a prescrição precisa estar legível a todos para que o uso seja feito na dose, via de administração e tempo de tratamento correto.