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Cidades

Você toma medicamentos por conta própria? Profissionais alertam sobre riscos

Nesta sexta-feira é celebrado o Dia Nacional do Uso Racional de Medicamentos

Izabela Cavalcanti | 05/05/2023 12:38
Remédio para febre e dor, vendido na farmácia (Foto: Paulo Francis)
Remédio para febre e dor, vendido na farmácia (Foto: Paulo Francis)

No Dia Nacional do Uso Racional de Medicamentos, celebrado nesta sexta-feira, dia 5 de maio, a maior preocupação dos profissionais tem sido alertar sobre os perigos da automedicação.

A data tem como objetivo conscientizar as pessoas sobre a importância de utilizar remédios de forma adequada e responsável.

De acordo com a Pesquisa de Automedicação do ICTQ (Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico), publicada em 2022, 89% dos brasileiros usam medicamentos sem orientação médica.

Na visão do farmacêutico e coordenador da Assistência Farmacêutica do HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul), Rodrigo Novais, a atitude causa consequências graves, como intoxicação e resistência aos remédios.

“Um problema comum é o uso excessivo de antibióticos que muitas pessoas usam para tratar sintomas simples, como dores de cabeça e resfriados. O uso indevido de antibióticos é uma das principais causas da resistência bacteriana, o que pode tornar as infecções mais difíceis de tratar”, alertou.

Além disso, o profissional também ressalta que a automedicação pode mascarar sintomas de doenças mais graves, o que dificulta o diagnóstico e o tratamento adequado.

O negociador Wesley Andrei Costa, de 24 anos, confessa que faz o uso por conta própria. “Uso remédio para gripe, alergia, dipirona, anti-inflamatório, porque não precisa de receita”, disse.

Wesley Andrei toma remédio para gripe e antiflamatório, sem ir ao médico (Foto: Izabela Cavalcanti)
Wesley Andrei toma remédio para gripe e antiflamatório, sem ir ao médico (Foto: Izabela Cavalcanti)

Já a advogada Jaqueline Souza, de 37 anos, tenta, ao máximo, não tomar remédio sozinha, já que a irmã é farmacêutica. Quando se trata de uma dor diferente, ela diz preferir procurar por atendimento, já quando é algum remédio básico para dor de cabeça, por exemplo, Jaqueline conta que toma por conta própria.

Para a vendedora Franciane Turella, de 40 anos, o fato de existir remédios que não necessitam de prescrição e a demora por atendimento médico faz com que ela tome remédios sozinha.

Franciane Turella, na Rua Rio Grande do Sul, diz que toma remédio por conta própria (Foto: Izabela Cavalcanti)
Franciane Turella, na Rua Rio Grande do Sul, diz que toma remédio por conta própria (Foto: Izabela Cavalcanti)

“Tomo dipirona, nimesulida. Para falar a verdade, ir no posto ou médico e ficar 3 horas esperando para uma dor de cabeça, não compensa, né?”, pontuou.

Letra legível – Neste ano, o CFF (Conselho Federal de Farmácia), juntamente com os Conselhos Regionais, lançaram a campanha "Uma letra ilegível pode ser fatal".

Segundo o assessor técnico do Conselho Regional de Farmácia de Mato Grosso do Sul, Adam Macedo, para se ter o uso racional, é necessário que a prescrição seja adequada.

“Para que tenhamos o uso racional, nós precisamos que os medicamentos sejam bem indicados, que sejam prescritos adequadamente, de forma legível, que sejam aviados com orientação, sempre qualificado e que sejam administrados de maneira correta e adequada”, destacou.

Adam também ressaltou que a prescrição precisa estar legível a todos para que o uso seja feito na dose, via de administração e tempo de tratamento correto.

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