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Cidades

Apesar de condenação de 22 anos, mãe de Eliza diz ter medo de Bruno

Mariana Lopes | 08/03/2013 08:33
Bruno no julgamento (Foto: Divulgação)
Bruno no julgamento (Foto: Divulgação)

O júri popular condenou o réu Bruno Fernandes de Souza a 22 anos e 3 meses de prisão pelo assassinato e ocultação de cadáver de Eliza Samudio e pelo sequestro e cárcere privado do filho Bruninho, em 2010. A sentença do ex-goleiro do Flamengo saiu no início da madrugada desta sexta-feira (8), no Fórum de Contagem, em Minas Gerais, onde aconteceu o julgamento.

A ex-mulher do jogador, Dayanne Rodrigues, foi absolvida da acusação de sequestro e cárcere privado do bebê. Para a mãe da vítima, Sônia Moura, o resultado do julgamento não foi muito satisfatório. Ela disse que irá recorrer à absolvição de Dayanne.

Sônia deve voltar a Campo Grande neste final de semana, para ficar com o neto, Bruninho, mas afirmou que vai continuar acompanhando a apuração da morte da filha e confirmou presença também no julgamento de Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, que acontece em abril.

Hoje pela manhã, em entrevista à apresentadora Ana Maria Braga, quando questionada se perdoaria Bruno algum dia, ela só respondeu “não”.

Sobre o futuro, com a possibilidade de redução de pena do goleiro, garantida pela legislação brasileira, ela diz ter medo. “Quem garante que ele não vai vir atrás deste filho ou atrás de mim, para fazer a mesma coisa?”.

Ela também comentou a absolvição de Dayane, ex-mulher de Bruno. “Ela enganou todo mundo. Não é esta mãe zelosa que quis mostrar. No momento que ela pegou meu neto, ela estava levando para a mão de um executor. Estou indignada e decepcionada. Não era isso que eu esperava, não era isso que eu queira”, comentou.

Conforme a sentença da Juíza Marixa Fabiane Rodrigues Lopes, o jogador foi condenado a 17 anos e 6 meses em regime fechado por homicídio triplamente qualificado (por motivo torpe, asfixia e uso de recurso que dificultou a defesa da vítima).

Bruno também irá cumprir outros 3 anos e 3 meses em regime aberto por sequestro e cárcere privado e ainda a mais 1 ano e 6 meses por ocultação de cadáver. A pena foi aumentada porque o goleiro foi considerado o mandante da morte de Elisa e reduzida porque ele confessou o crime.

De acordo com a juíza, a personalidade de Bruno "é desvirtuada e foge dos padrões mínimos de normalidade" e destacou que "o réu tem incutido na sua personalidade uma total incompreensão dos valores".

A magistrada afirmou ainda que "a execução do homicídio foi meticulosamente calculada" e que "Bruno acreditou que, ao sumir com o corpo, a impunidade seria certa". Sobre o assassinato de Elisa, a juíza disse que "a vítima deixou órfão uma criança de apenas quatro meses de vida".

A defesa de Bruno disse que recorrerá da condenação para diminuir a pena dele, enquanto a promotoria, representado por Henry Wagner Vasconcelos de Castro, afirmou que esperava pena de 28 a 30 anos de prisão para o jogador e anunciou que vai recorrer para aumentar a punição.

Outros dois envolvidos no crime foram condenados em júri popular realizado em novembro de 2012, sendo Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, amigo de Bruno, e Fernanda Gomes de Castro, ex-namorada do atleta.

Mais três pessoas ainda serão julgadas. No dia 22 de abril acontece o júri popular de Bola. Em 15 de maio, será a vez de Elenílson Vitor da Silva, caseiro do sítio, e Wemerson Marques de Souza, amigo do goleiro.

Também suspeito de envolvimento no crime, Sérgio Rosa Sales, primo de Bruno, foi morto a tiros em agosto de 2012, e Flávio Caetano Araújo, que chegou a ser indiciado, mas foi absolvido.

Jorge Luiz Rosa, outro primo do goleiro, que era menor de idade na época da morte, cumpriu medida socioeducativa por crimes similares a homicídio e sequestro. Atualmente tem 19 anos e é considerado testemunha-chave do caso. (Com informações do G1)

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