Adolescente é o primeiro caso de transplante renal sem hemodiálise em MS
Paciente de 17 anos, Ravi Rodrigues acabou conseguindo o órgão de um doador falecido
Davi Rodrigues, de 17 anos, é o primeiro paciente em Mato Grosso do Sul a realizar transplante renal preemptivo (transplantação realizada antes de haver a necessidade do paciente passar pelo procedimento de diálise para filtrar o sangue) de doador falecido. O adolescente nasceu com uma malformação congênita nos rins.
De acordo com a mãe de Davi, Claudina Rodrigues, a batalha pela vida do filho começou já nos primeiros dias. Ele passou por vários procedimentos cirúrgicos, entre eles, a reconstrução dos rins. “Em seguida, a gente passou pelo médico e ele disse que o Davi teria que fazer transplante, aí, eu corri atrás da nefrologista”, disse a mãe.
Foi então que uma nova batalha teve início, para começar o tratamento correto, buscando ajuda na Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), no Centro de Especialidades Médicas e, por último, na Santa Casa.
Após tentar a compatibilidade de transplante com um rim do pai, o adolescente acabou conseguindo, de forma mais rápida, o órgão de um doador falecido. “Quando ele veio fazer a primeira consulta aqui na Santa Casa, tinha menos de 30 dias que ele estava na lista de transplante, foi quando conseguimos”, revelou a moradora de São Gabriel do Oeste, cidade onde a família reside.
Com o sucesso da operação realizada há pouco mais de 1 mês, Davi agora pode seguir sua vida como qualquer garoto de sua idade. Quero falar para quem passou ou está passando o mesmo que eu, para sempre pensar positivo”, disse Davi.
Segundo a enfermeira Karen Leguiça, que trabalha no atendimento aos transplantados, a rapidez na fila de espera se deve ao fato da doença renal que acometeu Davi ter sido diagnosticada com antecedência e também do preenchimento dos critérios para a realização da cirurgia.
São três os critérios que a enfermeira ressalta que precisam ser atendidos para a realização desse tipo de transplantação. O primeiro é que o paciente tem que ter menos de 18 anos, o segundo é não ter entrado em diálise, ou seja, antes de haver a necessidade da pessoa passar pelo procedimento para filtrar o sangue. O terceiro é ter um clearance de creatinina menor ou igual a 15, que é um exame que calcula a porcentagem de funcionamento renal.