Adolescente envolvido em execução com 11 tiros alega legítima defesa

Adolescente de 17 anos foi identificado como um dos envolvidos na morte de Ademir Felipe Arce de Moura, 16 anos, executado com 11 tiros na Rua da Divisão, no bairro Parati, no domingo (15). Ele se apresentou hoje e deve entregar uma das armas usadas no crime.

O homicídio ainda tem envolvimento de outros quatro homens, que ainda estão foragidos. A execução de Ademir integra lista de quatro assassinatos envolvendo gangues e de motivação passional, ocorridos a partir de 2018.

O adolescente foi identificado pela equipe do SIG (Setor de Investigações Gerais) do 5ºDP da Piratininga. Os policiais foram até a casa em que ele mora com a avó, ontem à tarde, mas ele pulou o muro e fugiu.

Os policiais disseram à mulher que sabiam do envolvimento do neto dela na morte de Ademir e deram prazo para ele se entregar. Hoje, o adolescente foi à Polícia Civil, acompanhado da avó e de um advogado.

O advogado saiu da delegacia sem falar com a imprensa, mas a reportagem apurou que, no depoimento, o adolescente justificou ter matado Ademir em legítima defesa, já que ele e a família estavam sendo ameaçados pela vítima, desafeto antigo e relacionado a briga de gangues.

O Campo Grande News apurou que o advogado irá apresentar uma das armas usadas no crime. Por ser menor de 18 anos, o adolescente será levado para a Deaij (Delegacia Especializada de Atendimento a Infância e Juventude) que irá definir pela apreensão ou não dele.

Ataque – Os policiais do 5º DP já têm imagens do circuito de segurança que mostram a emboscada no bairro Parati. Na madrugada do dia 15, Ademir chega em um veículo, provavelmente, para ir a conveniência na Rua da Divisão.

Assim que estaciona, outro veículo, um Gol, se aproxima. O adolescente identificado pela polícia sai do carro, correndo e atirando em direção de Ademir, que tenta fugir.

A vítima cai e o adolescente que atirou volta para o carro, enquanto outros três ocupantes vão em direção a Ademir: um deles atirando, com outra arma, e outros dois chutam o adolescente. A emboscada é acompanhada por motociclista, que foge no local juntamente com os quatro ocupantes do carro.

Passional - a rixa entre eles data de dezembro de 2018, entre gangues que atuam nas regiões da Nhanhá, Moreninha e Piratininga e desencadeada por motivação passional: o envolvimento de alguns dos integrantes da gangue com a mesma mulher.

A primeira morte foi de Helton Duarte Luz, no dia 27 de dezembro de 2018. Ele foi atingido por dois atiradores encapuzados, que desceram de carro, na Rua Floriano Paula Corrêa, na Nhanhá. À época, um homem foi preso, mas ele negou envolvimento no crime.

A execução de Helton, segundo informações anteriores da Polícia Civil, seria, também ato de vingança da gangue rival, já que ele seria responsável por três tentativas de homicídio contra o grupo.

As outras duas mortes aconteceram no dia 17 de janeiro deste, emboscada no cruzamento das ruas San Martin e Dona Zulmira, no Tiradentes. Vitor Gabriel Pinheiro, 18 anos, e Deynner Araújo do Prado, 25 anos, foram executados a tiros de pistola 9 milímetros. O carro das vítimas foi perseguido pelos atiradores, que estavam em uma moto.