Adolescente pegou carro escondido antes de capotar, diz mãe à polícia
Mulher de 43 anos prestou depoimento na Deaij e afirmou também que não ensinou filho a dirigir
A mãe do adolescente de 15 anos que capotou carro com mais seis jovens, no último sábado (19), afirmou à polícia que não viu o filho sair de casa com o veículo.
Informação foi confirmada, na manhã desta quinta-feira (24), pela titular da Deaij (Delegacia Especializada de Atendimento à Infância e Juventude), Maria de Lourdes Cano.
Segundo a delegada, mesmo assim, a mulher de 43 anos será responsabilizada. “Ela deixou chave do veículo exposta no chaveiro da cozinha, ou seja, estava a disposição dele”, afirmou Maria de Lourdes.
De acordo com a delegada, há informações de que ele já dirigiu em outras ocasiões e que, inclusive, teria pegado o carro em outros momentos da festa. Mas a mãe nega ter ensinado o filho a dirigir. “Ela disse que ele [o adolescente] aprendeu talvez em brinquedos”, relatou a delegada.
A mãe falou também sobre sua rotina no dia do acidente. “Ela disse que saiu pela manhã e, quando retornou, às 14 horas, dormiu. Quando levantou, o carro não estava na garagem. Aí ela sabia que o filho tinha saído com o veículo”.
A delegada da Deaij declarou ainda que a mãe do adolescente passou uma mensagem no celular dele, mas em nenhum momento ela ligou para o filho. “Se é um fato tão grave dirigir veículo, por que ela só passou mensagem?”, indagou.
Depois de prestar depoimento, a mulher saiu da delegacia acompanhada do advogado e não quis dar entrevista. Além da omissão de cautela, Maria de Lourdes estuda aplicar outras duas penas.
Também foram ouvidos, na manhã desta quinta-feira (24), o dono da conveniência que vendeu a bebida para os adolescentes e a mãe de uma das vítimas.
Maria de Lourdes afirmou que o comerciante de 28 anos vai responder criminalmente por venda de bebida alcoólica a menores de idade.
Depoimento dos adolescentes - Sobre os adolescentes que foram ouvidos, a delegada disse que há várias coincidências nas falas. Entre elas, que o condutor estava a, no mínimo, 150 km/h na avenida João Arinos.
“Alguns pediam para ele parar o carro, mas ele falava ‘deixa com o papai’”, relatou Maria de Lourdes.
Sequência das investigações - Nessa sexta-feira (25), devem ser ouvidos na Deaij o pai do condutor e o dono da residência onde foi feita a festa dos adolescentes, que é pai de uma das vítimas.