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Capital

Apesar do medo, necessidade faz trabalhador sair de casa no “feriadão"

Empregados em atividades que podem funcionar enfrentam o transporte coletivo logo cedo

Mariana Rodrigues e Bruna Marques | 23/03/2021 08:01
Maioria dos trabalhadores preferem ficar em casa, mas necessidade os fazem levantar cedo para trabalhar. (Foto: Henrique Kawaminami)
Maioria dos trabalhadores preferem ficar em casa, mas necessidade os fazem levantar cedo para trabalhar. (Foto: Henrique Kawaminami)

Apesar do feriadão em Campo Grande, muita gente ainda precisa ir trabalhar e é esse motivo que tem tirado muita gente de casa na manhã desta terça-feira (23), segundo usuários do transporte coletivo.

A Prefeitura de Campo Grande decretou na última sexta-feira (19), uma série de medidas restritivas para conter o avanço nos casos da covid-19, entre elas o adiantamento de feriados municipais.

Na Avenida Afonso Pena com a Rua 13 de Maio, o que se via logo nas primeiras horas era bastante gente esperando pelos ônibus. Apesar do medo da doença, como os serviços considerados essenciais não param, muita gente acordou cedo, enfrentou lotação para ir ao trabalho.

É o caso de Ivonete de Lima de Souza, 52 anos, auxiliar de limpeza. Ela mora o Jardim Batistão, saiu de casa às 4h40 e foi de ônibus até o Centro. Lá, esperava carona para o Parque dos Poderes, onde trabalha. “Tem que trabalhar, meu serviço não parou, tenho que ir todos os dias, a necessidade que faz eu ter que sair de casa. Tenho medo da pandemia, vários problemas de saúde, pressão alta, diabetes, mas infelizmente não tem como ficar em casa. Se eu não precisasse sair para trabalhar, com certeza gostaria de ficar em casa”, conta.

“Minha maior preocupação é com a minha saúde e da minha família. Eu uso álcool gel, uso máscara, evito ficar muito próximo das pessoas, mas dentro do ônibus não tem jeito, muito lotado e acabo tendo contato”, lamenta.

O mesmo caso acontece com Ana de Lima, 46 anos, copeira em um hospital. Ela também pega o transporte público no bairro em que mora, o Santa Carmélia, e vai até o Centro, onde espera o ônibus da empresa. “Tem que trabalhar. Hospital não para. Tenho três crianças e meu maior medo é por causa deles, mas como não tem jeito, tenho que sair”.

Ana de Lima, 46 anos, copeira em um hospital, ela diz que seu trabalho não parou, mas se pudesse ficaria em casa. (Foto: Henrique Kawaminami)
Ana de Lima, 46 anos, copeira em um hospital, ela diz que seu trabalho não parou, mas se pudesse ficaria em casa. (Foto: Henrique Kawaminami)

A auxiliar de limpeza Ana Claudia da Silva Nascimento, 32, mora no Jardim Itália e sai de casa às 5h da manhã de casa. Pega ônibus até o Centro e de lá, pega carona. “Tenho que trabalhar, onde eu trabalho não fecha, se eu tivesse opção, ficaria em casa, mas como preciso. Lá no serviço todos se cuidam usam álcool, só saio de casa por causa da necessidade”, relata.

Ela diz que quando não está trabalhando evita ao máximo sair de casa. “Vou ao mercado porque preciso, caso contrário só em casa mesmo. Tenho três filhos, de 1, 8 e 12 anos, e sair de casa é arriscado demais. Temos medo”, conta.

A auxiliar de limpeza Ana Claudia da Silva Nascimento, 32 anos, mora no Jardim Itália e sai de casa às 5h da manhã. (Foto Henrique Kawaminami)
A auxiliar de limpeza Ana Claudia da Silva Nascimento, 32 anos, mora no Jardim Itália e sai de casa às 5h da manhã. (Foto Henrique Kawaminami)


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