Bem na curva ou na rotatória, muitos buracos merecem atenção redobrada
Eles já tomaram conta de Campo Grande e, por todas as regiões da cidade, difícil é encontrar um bairro que não tenha ao menos uma rua tomada pelos buracos, tanto as mais centrais quanto na periferia. Alguns deles merecem atenção especial, pois estão ali meio que camuflados, em locais que não se vê rapidamente, como em curvas ou próximos a quebra-molas, pegando os mais desavisados de surpresa.
A gravidade é tamanha que a existência de um desses 'buraco-armadilhas' pode ter causado a morte do pedreiro Vagner Fernandes Gonçalves, 30 anos, que morreu no domingo (25), após cair da motocicleta que conduzia. Os familiares dele disseram ao Campo Grande News sobre a suspeita de que o buraco junto ao quebra-molas tenha causado a queda e consequentemente provocado a morte do jovem. O acidente ocorreu na Avenida Gury Marques, na Vila Albuquerque.
Exemplos de vias com 'buraco-armadilha' não faltam. Na Gury Marques ele está antes do quebra-molas, bem grudado, de modo que um motociclista, por exemplo, pode não conseguir identificá-lo em tempo de desviar. Situação semelhante ocorre na Rua Dom Aquino, na altura da Alan Kardec. A diferença é que ali o 'buraco-armadilha' está após o quebra-molas.
“Há 15 dias uma mulher que estava com um bebê no carro, não viu o buraco, e o bebê acabou caindo dentro do veículo. Ajudei a socorrer, não ocorreu nada grave, mas foi um grande susto”, contou o empresário Enivaldo Aguilar, que tem um lava-jato em frente ao buraco.
Ele disse ainda que nunca viu equipe de tapa-buraco atuando na região e que este, em especial, deve ter ao menos três meses. Próximo ao local há escola e creche, que estão em férias, mas perto das 18 horas, quando o trânsito fica intenso, fatalmente quem andar pela pista do meio vai cair no buraco. “Não sei dizer quem, mas alguém já colocou terra para tentar amenizar o impacto, mas com a chuva acaba não surtindo efeito”, disse.
Na rua Abrão Júlio Rahe com a Goiás o 'buraco-armadilha' está próximo ao meio-fio e deve ter uns 2,5 metros de diâmetro. Segundo moradores da região, que preferiram não se identificar, equipes de tapa-buraco já passaram pelo local, “mas ele sempre volta”, disseram.
Em outro ponto da cidade, na Rua Gardênia com a Centaurea, logo na entrada do Cidade Jardim, a armadilha está bem na curva. “Tem quase um mês que a equipe da prefeitura esteva aqui, tapou o buraco, mas choveu e a água levou tudo”, contou o porteiro Cléber dos Santos, 36 anos. Ele acredita que o problema é a espessura da camada de asfalto. “A camada é muito fina e quando chove não sobra nada”.
E bem ali na curva, mas na Rua Estefânia, no Carandá Bosque, outro 'buraco-armadilha' supreende os que passam pelo local. Na rotatória da Rachid Neder com a 14 de julho outro buraco. Em horário de pico, quem está na Rachid Neder sentido Artur Jorge e quer fazer a rotatória para subir a 14 de julho fatalmente também vai cair no buraco.
A reportagem tentou saber da Prefeitura de Campo Grande se há previsão de intensificar os trabalhos de tapa-buraco nesses últimos dias desta gestão, mas não obteve retorno até a conclusão deste texto.