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Capital

“Cabeça” em esquema de Pavão para ocultar bens é o homem preso na Vila Rica

Segurança e "homem de confiança" do narcotraficante, Gandhi Jacob foi procurado em dois endereços na Capital

Anahi Zurutuza, Marta Ferreira e Helio de Freitas | 27/08/2020 11:14
Gandhi Jacob Kabad da Costa foi preso nesta manhã, na Vila Rica (Foto: Silas Lima)
Gandhi Jacob Kabad da Costa foi preso nesta manhã, na Vila Rica (Foto: Silas Lima)

Gandhi Jacob Kabad da Costa, um dos “cabeças” na hierarquia do esquema comandado pelo narcotraficante Jarvis Pavão para lavar o dinheiro obtido com o comércio e drogas e ocultar bens, é o homem preso em sobrado na Rua Maranhão, na Vila Rica, em Campo Grande. O Campo Grande News apurou que a PF (Polícia Federal) esteve em pelo menos dois endereços da Capital atrás do alvo.

Segundo fonte da reportagem, além de segurança da família de Pavão, Gandhi é um dos homens de confiança do narcotraficante, operador do esquema de ocultação de bens.

Entre os locais onde a PF esteve hoje em Ponta Porã, está a residência de um familiar de Gandhi. Não há informação se este alvo foi preso.

Casa onde PF esteve no início da manhã desta quinta-feira (Foto: Kísie Ainoã)
Casa onde PF esteve no início da manhã desta quinta-feira (Foto: Kísie Ainoã)

Dois locais - Policiais federais chegaram antes das 6h na Rua Alan Kardec, no Bairro Amambaí, mas encontraram o imóvel vazio, em obras. Os dois pedreiros e o encarregado da reforma chegaram por volta das 7h e a PF já estava no local. Os agentes saíram de lá sem levar nada.

Um dos trabalhadores afirma que foi contratado por uma arquiteta para executar a reforma e só sabe que o nome do dono da casa é Gandhi. Foi quando a reportagem apurou que se tratava de Gandhi Jacob, identificado como um dos seguranças da equipe mantida por Pavão na fronteira.

Em janeiro do ano passado, ele e outros dois homens, Mario Dionisio Ibarra Torres e Arnaldo Geremias Ramón Martins Recalde, foram presos pela Polícia Nacional do Paraguai por suspeita de participarem da execução do empresário Gustavo Alvarenga Cardozo, 45, em Pedro Juan Caballero, vizinha de Ponta Porã – cidade a 323 km de Campo Grande.

Apontado como administrador dos negócios do narcotraficante, Gustavo foi alvejado por cinco tiros de pistola disparados por um homem de moto, que parou ao lado da Mercedes Benz do comerciante. Levado para o hospital, o paraguaio morreu antes de receber atendimento.

Horas após o atentado, a Polícia Nacional prendeu os três homens, que armados com pistolas 9 milímetros, estavam em um carro perto do hospital. Depois, constatou-se que eram seguranças da família de Gustavo e acompanhavam parentes da vítima.

Na casa do Bairro Amambaí é possível ver que uma das intervenções foi o aumento da altura do muro frontal. O imóvel também é protegido por cerca elétrica, concertina e câmeras.

Policiais do GPI (Grupo de Pronta Intervenção) da Polícia Federal precisou arrombar portão e porta da casa onde Gandhi foi encontrado (Foto: Paulo Francis)
Policiais do GPI (Grupo de Pronta Intervenção) da Polícia Federal precisou arrombar portão e porta da casa onde Gandhi foi encontrado (Foto: Paulo Francis)

Gandhi foi preso, porém, na casa da Vila Rica. A equipe arrombou portão e porta para acesso ao imóvel. Duas pessoas que passavam pela rua foram convocadas para ser testemunhas. Por volta das 8h, as equipes deixaram o sobrado levando o preso, que estava algemado. Ele foi colocado no banco de trás de um veículo SUV que estava na garagem. O volante foi assumido por um policial federal.

A operação - A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira (27) operação em cinco Estados e no Distrito Federal para desarticular o esquema de lavagem de dinheiro e ocultação de bens e valores do tráfico de drogas.

Oito mandados de prisão estão sendo cumpridos em Mato Grosso do Sul – quatro de prisão preventiva e dois de prisão temporária em Ponta Porã, onde moram familiares do traficante, além dos dois mandados de prisão preventiva em Campo Grande.

A Operação Pavo Real também foi às ruas para cumprir três mandados de prisão preventiva e um de prisão domiciliar em Curitiba e São José dos Pinhais, no Paraná, quatro preventivas em Balneário Camboriú (SC), três preventivas e três domiciliares em Brasília (DF), seis prisões temporárias em Ribeirão Preto (SP) e uma prisão domiciliar no Rio de Janeiro.

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