Com isolamento, plantão no Dia das Mães é carregado de simbologia e saudades

Para algumas profissionais, fazer plantão é tão comum como um dia normal de trabalho. No entanto, neste domingo de Dia das Mães em plena pandemia de coronavírus, em meio ao isolamento, a saudade aperta ainda mais o coração das policiais que defendem outras mães no plantão da Delegacia Especializada de Atendimento a Mulher (DEAM), na Capital.

Na linha de frente está a delegada Elaine Benicasa, que é mãe de um menino de 3 anos. Acostumada aos plantões de final de semana ela destaca que apesar desta ser uma data comercial, ela diz que neste ano o dia tem um valor ainda mais simbólico. “Estamos no meio da pandemia e não posso ver minha mãe. Acabamos nos acostumando a fazer plantão, mas neste ano sinto mais saudades da família”, admitiu a delegada.

Ela explica que o filho, por ser ainda muito pequeno, não entende bem o fato da mãe não estar em casa no dia de hoje. “Quando e é casado com policial, o marido e mesmo a família sabe que as datas de comemoração não serão mais as mesmas”, salienta lembrando que no domingo é um dos dias onde mais aumenta a violência contra as mulheres e número de ocorrências na delegacia. “Normalmente é o dia que as famílias se reúnem existe maior ingestão de bebidas alcoólicas e aumento na violência doméstica”, acrescenta. “Isso nos dá uma tristeza maior de estar afastada. Mas  para o criminoso não tem Dia das Mães”, conclui.

Família - A investigadora policial Danielli Ducatto se emociona ao falar dos filhos de 3 e 10 anos. “É difíicil esta situação de plantão. Mas tem que se adaptar”, alega lembrando que esta não a primeira vez está no plantão do dia das Mães.

Danielli destaca que quem trabalha em profissões como a de segurança e saúde acaba comemorando estas datas em outros dias. Mesmo assim para driblar a tristeza ela destaca que na Deam eles contam com o apoio um do outro. “Se a equipe não fosse como uma família, sentiria mais falta” , enfatiza elogiando o espírito de apoio da equipe da delegacia.