Com mais 336 quilos de carne apreendida, polícia foca em “açougues de bairro”
Nesta quarta-feira, 336 quilos de carne de frango e linguiça estavam sendo comercializadas de forma imprópria
Na manhã desta quarta-feira (6), dois estabelecimentos foram denunciados por venda de carne imprópria para consumo. Este já é o terceiro caso na semana.
A Decon (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra as Relações de Consumo) em parceria com a Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal) realizou operação no supermercado Pires, localizado na Rua Anchieta, Vila Piratininga.
Por lá, 336 quilos de carne de frango e linguiça estavam sendo comercializadas descongeladas, sendo imprópria para consumo. O dono do local, de 40 anos, foi encaminhado a delegacia para prestar esclarecimentos.
O outro caso ocorreu em um supermercado na Rua Catiguá, Jardim Canguru, que armazenava carne de maneira inadequada. As informações ainda estão sendo apuradas pela polícia.
Denúncias - A Decon recebe por dia de 30 a 40 denúncias referentes a consumo. A informação foi repassada pelo titular Reginaldo Salomão durante o 1º encontro dos órgãos de fiscalização de produtos de origem animal de Campo Grande, nesta quarta-feira (06).
Em relação aos casos recentes sobre produtos impróprios para consumo, em Campo Grande, Salomão diz que é preocupante.
É um número preocupante porque essas apreensões estão nos locais mais sensíveis, mais vulneráveis. É a periferia, é onde a sociedade não tem conhecimento dos direitos, não tem conhecimento de que a carne tem que ter uma certa apresentação”, destacou Salomão.
No entanto, o delegado pontua que o empresário, muitas vezes, não tem conhecimento sobre as regras a serem seguidas.
“Muitas vezes não é por má-fé do comerciante, muitas vezes ele também não conhece a norma. Queremos [Decon] abrir as portas para que eles cheguem até nós, tirem dúvidas, abram parcerias para que a apreensão, prisão, não ocorra. A intenção é fortalecer o comércio”, pontuou.
Além disso, toda essa situação também traz outras consequências, como: concorrência desleal, insegurança alimentar e sonegação de impostos.
“Nós temos agido, principalmente, nos bairros periféricos, onde vemos uma carência até de empreendedores. A intenção não é reprimir o comércio, a intenção é que ele evolua sem colocar em risco a saúde da população”, disse.
Sobre as prisões em flagrantes, Salomão lembra que neste ano já ocorreram, pelo menos, 20. “Subiu porque o STJ tem exigido da polícia maiores cuidados na hora da ação, independente se vai ter prisão. Tudo é periciado”.
Inspeção – Na visão da auditora de rótulos do SIM (Serviço de Inspeção Municipal), Bárbara Bottino, a situação ocorre pela falta de conhecimento.
“Na maioria das vezes, é falta de conhecimento mesmo, falta da informação. As pessoas quando decidem por um segmento de comércio existem leis que vão gerir esse negócio, então, muitas vezes, a pessoa não tem esse conhecimento”, disse.
De acordo com o SIM, de maio até agora, 40 empresas já solicitaram o serviço de inspeção. O órgão é responsável pela fiscalização de qualquer estabelecimento que vai trabalhar com matéria-prima de origem animal.
Encontro de órgãos fiscalizadores – Na manhã desta quarta-feira, a Sidagro (Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico Agronegócio) e o SIM Central MS promoveram o 1º encontro dos órgãos de fiscalização de produtos de origem animal de Campo Grande. O evento foi realizado na sede da CDL – CG (Câmara de Dirigentes Lojistas de Campo Grande).
Participam das palestras o delegado titular da Decon, Reginaldo Salomão; a secretária executiva de Orientação e Defesa do Consumidor – Procon/MS, Rosimeire Cecília da Costa; a médica-veterinária fiscal e diretora do setor técnico do CRMV/MS (Conselho Regional de Medicina Veterinária de Mato Grosso do Sul), Ana Carolina Siqueira Gonçalves de Assis; e o chefe do Núcleo de Combate e Repreensão aos Produtos de Origem Animal Clandestinos e Irregulares da Iagro, Marcos Camargo.
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