Comércio quer imposto menor se tiver lockdown
“Se não houver ajuda, o setor [comércio] não vai sobreviver”, defende presidente da Federação da CDLs de MS
Representantes dos comerciantes de Campo Grande têm proposta para a Prefeitura para aceitar o fechamento da cidade por alguns dias, como recomenda o Governo de Mato Grosso do Sul, que classificou a Capital com bandeira cinza, que significa que o risco de se contaminar com o novo coronavírus chegou a grau extremo. Na chegada para reunião com o prefeito Marquinhos Trad (PSD), Adelaido Villa, afirmou que a categoria até topa enfrentar medidas mais restritivas, desde que lojistas tenham nos impostos municipais reduzidos pela metade.
“Vamos pedir a isenção parcial do IPTU [Imposto Predial e Territorial Urbano] para os comerciantes em 50% e também do ISS [Imposto Sobre Serviços]. Não somos negacionista, sabemos da preocupação com a pandemia. Por isso, a gente adota protocolos de segurança. Mas, é preciso pensar também nos desempregos. Acreditamos no bom senso da Prefeitura”, defendeu o presidente da CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas).
Inês Santiago, da FCDL (Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas de Mato Grosso do Sul), complementou. “Vamos buscar a isenção ou a postergação dos pagamentos para que esses comerciantes possam chegar até o fim do ano. Se não houver ajuda, o setor [comércio] não vai sobreviver”.
Os dois afirmam que o comércio é a atividade mais prejudicada desde o início da pandemia, porque são os únicos que têm de fechar as portas sempre que se estabelece alguma restrição de circulação das pessoas como forma de frear o contágio com o novo coronavírus.
Por enquanto, até dia 27 de março, o comércio em todos os 79 municípios pode funcionar normalmente das 5h às 20h durante a semana e das 5h às 16h aos fins de semana.
Reunião na tarde de hoje (18) no gabinete de Marquinhos na Esplanada Ferroviária foi marcada para rediscutir as medidas restritivas, uma vez que a capacidade de atendimento a pacientes de covid na Capital se esgotou – ontem à noite, eram 110 pacientes esperando por vaga em hospitais.
Além disso, a semana em Mato Grosso do Sul teve dois recordes trágicos: 39 mortes em 24 horas, conforme boletim da terça-feira (16) e 42 no balanço do dia seguinte.
Participam da reunião além de Marquinhos e os representantes do comércio, os secretários municipal e estadual de Saúde, José Mauro Filho e Geraldo Resende, todo o restante do secretariado municipal, a promotora Filomena Depólito Fluminham e representantes de hospitais particulares da Capital, Defensoria Pública e Procon.