Donos de escolinha dizem que menina morta já apresentou falta de ar antes
Os donos da Escola de Educação Infantil Raio de Sol, na Vila Alba, onde estudava Luiza de Oliveira Custódio Martins, 2 anos, cuja morte por parada cardíaca na última quinta-feira (10) é investigada pela Polícia Civil de Campo Grande, revelaram que a criança já apresentou problemas de falta de ar e estar ofegante antes.
Segundo um dos proprietários, que não quis se identificar, monitores já haviam alertados os pais assim que verificaram o problema, no período de um mês em que Luiza estudava no local.
Para esta pessoa, as monitoras notaram de imediato que a criança não estava bem. “Ela tinha um perfil de ser agitada, brincar bastante e ontem ficou a maior parte do tempo quieta”, disse.
Segundo seu relato, foi verificado que Luiza estava com febre no almoço. “Ela não queria comer desde a manhã. No almoço, às 11h30, se recusou novamente. Medicamos e imediatamente avisamos os pais”, completou
É o primeiro ponto dos depoimentos sobre o ocorrido que se diferem. Na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) da região central, onde o caso foi registrado, a mãe, de 22, havia relatado que o pai da criança só fora avisado às 14h30.
“Ele veio umas 15h. E não tinha como levar a menina ao hospital. Ficou sentado uma hora com ela no colo, tomando água, esperando por uma carona”, disse um dos responsáveis.
A notícia da morte veio de noite. Os responsáveis pela escola não escondem que estão abalados. “Estamos chocados e nos colocamos à disposição para o que a família precisar. Estamos tudo o que for preciso para conformar a família”, completou.
O caso - Segundo o registro do caso feito na Depac (Delegacia de Pronto-Atendimento Comunitário) da região central, funcionários do local avisaram os pais de Luiza por volta das 14h30 de que ela estava com febre e ofegante. A menina estava desde a manhã na escolinha, de ensino infantil.
Meia hora depois, os pais a levaram ao Hospital São Lucas, no Amambaí, na região central, onde o quadro clínico só piorou.
Os médicos fizeram então a aspiração das vias aéreas de Luiza, onde foram constatados vestígios de sangue e achocolatado. Por volta das 19h, a criança sofreu a parada cardíaca fatal.
A polícia pediu laudos periciais no Imol (Instituto Médico e Odontológico Legal) para ter mais indícios que a parada cardíaca atestada como a causa do óbito. Parte do material expelido foi encaminhado para análise.
Há a suspeita, por parte dos investigadores, de que Luiza engasgou com a bebida e os vestígios permaneceram tampando suas vias respiratórias. O caso foi registrado como morte a esclarecer.
O hospital foi procurado pela reportagem e, por telefone, um funcionário disse que um médico que participou do atendimento de Luiza se pronunciaria mais tarde .
A mãe da criança não conseguiu falar sobre o assunto, também pelo telefone. Bastante abalada e chorando muito, preferiu não se pronunciar. “Está nas mãos de Deus”, resumiu.