Em MS, venezuelanos pedem eleição democrática e “fora Maduro”
Na Praça do Rádio Clube, 50 venezuelanos estão reunidos com faixas para mandar energia positiva ao país
Venezuelanos que residem na Capital acompanham da Praça do Rádio Clube as eleições que ocorrem neste domingo (28), na Venezuela. Com rostos pintados nas cores da bandeira e faixas onde se lê “Fora Maduro”, o grupo com cerca de 50 pessoas está reunido não só para acompanhar quem será eleito a presidente, mas também para enviar energia positiva ao país que deixaram.
O movimento em Campo Grande vai de encontro a outras 40 manifestações que estão acontecendo em outras cidades do Brasil. A reivindicação deles é pelo direito de exercer o voto fora do país, pois somente em Brasília no consulado da Venezuela é possível votar.
O padre Cleber Rosa da Pastoral do Migrante compareceu na Praça do Rádio Clube para celebrar uma pequena missa e abençoar os que estão reunidos no local. Segundo ele, fazendo referência ao atual presidente Nicolás Maduro, o poder autoritário é algo que oprime e não é de Deus. “O povo venezuelano precisa de liberdade, evoluir socialmente, precisam do processo natural democrático e somos solidários à luta deles”, destaca.
Zoraida Fernandez, de 57 anos, nasceu em Caracas e está em Campo Grande desde 2013. Ela diz que o ato de hoje tem como finalidade contribuir para a retomada da democracia da Venezuela. “Hoje em dia o que se tem na Venezuela é uma ditadura. Hoje tem 305 venezuelanos que não passaram por um processo de investigação, são presos políticos que tem sido torturados”, expõe.
A venezuelana também explica que não nenhum dos que estão reunidos na Capital conseguem votar porque foram colocados diversos entraves no processo. “Solicitaram muitos requisitos e não foi possível fazer a mudança no registro, Muitos não conseguem votar, por isso estamos aqui levantando a nossa voz para que todos saibam que queremos uma eleição democrática”, afirma.
Rafael Reul, de 70 anos, mora em Campo Grande com a esposa há 16 anos. Para ele, a manifestação é importante para o povo que sofre com o controle autoritário no país venezuelano. O que acontece neste domingo no país de origem é uma chance única em duas décadas. “É a primeira vez em 26 anos que temos uma boa oportunidade de mudar para uma alternativa democrática. Agradecemos o governo brasileiro no apoio dessa eleição democrática”, fala.
Presidente da Associação de Venezuelanos em Campo Grande, Mirtha Virgínia Carpio, de 52 anos, reforça que o encontro local é um momento de torcida e confraternização. “Muitos venezuelanos estão fazendo essa concentração simultaneamente para dar esse apoio à distância, essa energia positiva para a Venezuela”, comenta.
A eleição presidencial que ocorre neste domingo na Venezuela é classificada como histórica. Atual presidente, Nicolás Maduro tenta a reeleição pela segunda vez nas urnas contra nove opositores, sendo Edmundo González um dos mais fortes.
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