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Capital

Grupo pede doações e consegue apagar as pichações no Obelisco

Ângela Kempfer | 23/06/2013 17:41
Jovens fizeram mutirão de pintura no Obelisco, na Afonso Pedna
Jovens fizeram mutirão de pintura no Obelisco, na Afonso Pedna

Depois dos protestos dos último três dias, a turma que integrou a ala pacífica nas manifestações resolveu dar um jeito no que ficou de ruim pela cidade. Pelo Facebook, eles pediram doações e hoje à tarde o mutirão de 11 pessoas providenciou a pintura do Obelisco, na avenida Afonso Pena.

Ainda com a bandeira do Brasil e as conversas que foram para as ruas em todo País, por educação, saúde e respeito aos direitos, eles empunharam 3 rolos de pintura e uma lata de 18 litros de tinta branca para cobrir as pichações. O material veio depois pedidos de doação na rede social.

Enorme, a palavra “corrupção” sujava em preto um dos símbolos da cidade. Um protesto que, na avaliação do organizador da limpeza, não passa de um crime. “A pessoa vem e picha ‘corrupção’ que é um crime, e também passa a ser criminosa por danificar o patrimônio público”, diz o psicólogo Ronilço Guerreiro.

De quem passava de carro pela avenida, a reação era sempre de incentivo, na base da buzina ou com fotos, aceno de mão e gritos.

É a segunda pintura no mesmo local em um mês. Há algumas semanas, ele e amigos também encobriram outra pichação no Obelisco. O que mais incomodava era palavrão em letras garrafais.

“Ficava com vergonha em saber que nesta avenida, onde passam milhares de pessoas todos os dias, estava escrito ‘Porra Chorão’”, lembra Ronilço sobre a frase escrita depois da morte do líder da banda Charlie Brown Jr.

Apesar de idas e vindas ao mesmo ponto, sempre para apagar a sujeira do outro, o grupo não desiste e já articula um movimento permanente para limpar a cidade sempre que for preciso.

Se novas doações de tinta forem feitas, a próxima parada será na Concha Acústica da Praça do Rádio, também pichada durante os protestos.

O estudante Giovani Arakaki participou dos protestos em Campo Grande na quinta-feira e no sábado. Ele conta que não chegou a ver nenhuma sessão de vandalismo porque sempre ficou com a ala pacífica da manifestação. “Ficava sabendo só depois pela imprensa”.

Mas para quem prefere destruir a usar a criatividade, o jovem de 19 anos ensina: “Eu fui para a praça com o cartaz ‘Menos corrupção, mais abraços’ e fiquei a noite toda recebendo abraço das pessoas”, lembra.

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