Guardas fazem curso, mas apenas 47% usam armas nas ruas
Hoje, 420 guardas podem utilizar armas em serviço, mas apenas 250 possuem a ferramenta
Mais 150 guardas civis municipais estarão aptos, até agosto, para utilização de armamento letal durante o trabalho em Campo Grande. Com a nova turma, 570 dos 1.100 servidores estarão capacitados, mas deste universo, apenas 47% usarão em serviço, principalmente porque, embora tenha 430 armas disponíveis, falta autorização da Polícia Federal para a utilização do restante e, ainda, outras 10 ficam de reserva para substituir as que estão em uso.
Segundo a GCM (Guarda Civil Municipal), a corporação conta hoje com 430 armas e 420 guardas aptos, mas apenas 270 utilizam armamento em serviço. As outras 150 estão esperando autorização da Polícia Federal, responsável por esse tipo de procedimento, para serem entregues aos agentes.
O comandante da Guarda, Anderson Gonzaga, explicou que o armamento que a corporação possui é fruto de doação. Das 430 armas, 375 foram doadas pela Polícia Militar, 35 pela Polícia Civil e 20 pela UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul). Todas as armas utilizadas pelos guardas são de calibre 38.
Ainda de acordo com o comandante, a Guarda está aguardando autorização do Exército para abrir licitação para a compra de pelo menos 100 pistolas. Porém, ainda não há previsão de quando a solicitação será atendida.
Conforme o Secretário Municipal de Segurança Pública, Valério Azambuja, como não há armas para todos os guardas, a Sesdes (Secretaria Especial de Segurança e Defesa Social) coloca os servidores com armamento em pontos estratégicos, um deles é na região da antiga rodoviária, no centro de Campo Grande.
''Em Emei (Escola Municipal de Educação Infantil) não há necessidade de ter guarda armado. Em um terminal de ônibus, que fica aberto até meia-noite e tem a questão de assaltos e furtos, precisa para inibir. A arma é uma forma do guarda que vai fazer a abordagem se proteger e proteger as pessoas que estão em volta", disse Azambuja.
Ao Campo Grande News, o secretário revelou que a presença de guardas armados na região central colabora para a diminuição da violência. ''Houve redução no número de homicídios, mas roubos e furtos aumentaram principalmente no centro. Hoje, o guarda trabalha com prevenção e consegue retirar das ruas foragidos e traficantes, diminuindo o índice desses crimes", explicou. Os servidores armados também podem auxiliar a polícia em operações.
Treinamento - Os 150 guardas iniciaram hoje o curso com duração de 197 horas, sendo 137 de aulas teóricas de Direito Administrativo, Direito Penal, Ética, Cidadania, Direitos Humanos, Polícia Comunitária, Estatuto da Guarda Civil Municipal e demais legislações aplicadas aos servidores da corporação. As outras 60 horas serão de aulas práticas de disparos de revólver calibre 38.
A previsão é de que o curso termine no dia 19 de agosto.
(Matéria alterada às 13h15 para correção de informação)