Irmã diz que sambista foi encurralado por pedreiro que cobrava mais dinheiro

Em defesa do irmão, a jornalista Priscila Corrêa garante que o sambista Gideão Corrêa Dias, de 41 anos, foi encurralado pelo pedreiro, que pedia mais dinheiro para finalizar a obra de sua casa. Revoltado, Gideão atirou 12 vezes contra o tanque da moto do homem. O caso ocorreu na tarde desta segunda-feira, no Jardim Bonança, em Campo Grande.

Morando em Vinhedo (SP), Priscila conversou com o Campo Grande News na manhã de hoje. Segundo ela, Gideão atirou para se defender. “O pedreiro que tem passagem na polícia estava com a obra atrasada, já tinha recebido o valor cobrado de R$ 24 mil e ontem pediu mais dinheiro. Meu irmão questionou, ele ficou bravo, encurralou ele dentro do quarto e foi para cima dele com martelo e ferramentas da obra. Eles começaram a brigar, meu irmão é grande e forte conseguiu desvencilhar e atirou para assustar o cara. Com a cabeça nem percebeu que estava fora de casa atirando”, explicou a jornalista que teve conhecimento dos fatos hoje, através de um amigo que mora em Campo Grande.

Segundo Priscila, Gideão continua preso e ainda não passou audiência de custódia. Questionada se a cunhada não havia lhe contato sobre os fatos, a jornalista informou que “ficaram com medo de nos deixar nervosas, eu que avisei minha mãe que mora aí em Campo Grande. Nosso desespero foi achar que ele tinha matado alguém. Gideão é uma pessoa correta, agiu em legitima defesa e deu no que deu”, finalizou.

O caso - O músico foi preso em flagrante após atirar 12 vezes contra o tanque da moto de um pedreiro, 51 anos. O caso começou com uma discussão, que evoluiu para briga mais acalorada por conta do atraso da obra na casa do artista.

Após os disparos contra a moto, o pedreiro correu com medo de ser morto, conforme relatou para a polícia. Quando chegou em uma esquina, chamou a equipe da Polícia Militar. No local, os militares encontraram Gideão com uma pistola 9 milímetros e ele se apresentou como CAC (Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador). Além disso, apresentou toda a documentação necessária.

A PM ouviu a versão dos dois envolvidos nos fatos. O pedreiro contou que foi contratado em outubro do ano passado para fazer uma reforma no imóvel do músico. Na tarde de ontem, passaram a ter uma discussão porque o cantor estava insatisfeito com o ritmo do andamento da obra, que estaria "lenta e atrasada". Segundo ele, a demora se dava porque Gideão sempre pedia serviços adicionais, gerando atrasos no serviço.

A discussão ficou mais acalorada e o pedreiro disse que pegaria as ferramentas e sairia do local. Foi o que fez e seguiu até a moto estacionada. Contudo, o pedreiro disse que Gideão apareceu armado e pedindo o dinheiro de volta. "Vou meter bala na sua cara", ameaçou, segundo a vítima. Na sequência, apontou a arma para o tanque da motocicleta e efetuou 12 tiros, sendo que cinco furaram a moto, que passou a vazar combustível.

Gideão também foi ouvido pelos militares e confessou que perdeu a paciência com a demora da obra e foi chamar a atenção do pedreiro, quando houve a discussão. Explicou que contratou os serviços em outubro do ano passado, sendo que tudo ficaria R$ 21 mil e que os trabalhos seriam concluídos em três meses. Contudo, desde então o serviço não foi finalizado. Com ajudas adicionais, contou ter pago a quantia de R$ 24 mil ao pedreiro.

Nesta segunda-feira, o pedreiro cobrou R$ 1 mil para fazer a parte elétrica na casa e Gideão questionou, ocasionando na briga entre os dois. O músico nega que ameaçou o pedreiro e somente pediu para ele sair do imóvel, o que foi negado. Também diz que o pedreiro pegou uma marreta e uma enxada para agredi-lo.

Na sequência, Gideão se trancou em casa e disse que ouviu o homem dizendo que retornaria para retirar suas ferramentas. Por isso foi até o quarto, pegou a arma e após mais discussão, atirou contra o tanque da moto.

Na casa do músico, a PM encontrou outras três armas, incluindo fuzis, todas guardadas em um cofre e devidamente legalizadas. Gideão acabou preso em flagrante pelo disparo de arma de fogo em via pública e ameaça.

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