Jovem morreu em sítio que estava interditado para eventos desde 2013
O afogamento de Tarcísio Augusto dos Santos, 27 anos, na piscina do Sítio Colina, no fim de semana, trouxe à tona reclamações antigas de vizinhos e irregularidades no funcionamento do clube. Morte semelhante ocorrida em outubro de 2013 fez com que os bombeiros interditassem o local por falhas no projeto de segurança. Os donos não encaminharam os documentos necessários para a reabertura e estavam impedidos de locar o espaço.
As informações foram passadas pela assessoria de imprensa da corporação. Na época, também foi aplicada multa de 90 Uferms. Detalhes sobre os pontos que motivaram a interdição não foram divulgados.
Santos estava acompanhado por um grupo de amigos fazendo bifes na chapa, segundo dados colhidos pelos bombeiros que estiveram no local. Vizinhos, no entanto, garantem que a festa envolveu muitas pessoas e começou um dia antes, com música alta.
Moradores da região dizem ter perguntado para os seguranças sobre o evento e eles teriam respondido que se tratava de um evento particular de fisioterapeutas.
Vizinhos também contaram que de uma hora para outra a música parou e o local esvaziou-se, restando apenas um pequeno grupo. Tempos depois começaram a chegar ambulâncias, policiais e peritos para analisar a local em que o rapaz morreu.
O Campo Grande News tentou falar com o dono do local novamente nesta segunda-feira, já que ontem ele se recusou a conversar com a equipe de reportagem durante a cobertura, mas ele não foi encontrado. O sítio estava fechado. Vizinhos indicaram onde fica a casa do proprietário, a reportagem chegou a ir ao local, que também estava vazio.
Suspeitas - De acordo com a perícia, a piscina tem 2 metros de profundidade e ele pode ter tido hipoglicemia, que é quando há alteração da quantidade de açúcar no sangue e a pessoa perde a capacidade motora.
Essa pode ser uma explicação para a morte, já que a piscina não era tão funda e a vítima entrou e saiu da água várias vezes até ficar inconsciente.
Caso antigo – Cleber Sanches Araújo, 30 anos, morreu de forma parecida no mesmo local, porém durante um baile funk. A família, na época, acreditava que ele havia sido agredido e jogado no local, já que, na versão contada pelos parentes, tinha a boca machucada e um dente quebrado.
Rosto e nariz também estavam arranhados. A mão estava roxa e o pulso parecida quebrado. A irmã da vítima chegou a ir até o sítio após o ocorrido e afirma ter encontrado saquinhos de maconha e cocaína espalhados pelo chão do banheiro masculino e em cima dos bancos da varanda. A família também disse que houve tiroteio durante o evento.