Justiça decreta prisão preventiva de mulher que matou marido com faca de serra
Acusada insistiu em versão de que esposo teria cometido suícido e se jogado em cima da faca
A Justiça decretou, nesta segunda-feira (31), a prisão preventiva de Deise Antônia Correa, de 23 anos, acusada de matar o marido Wellington Maris Coxev, também de 23 anos, com uma faca de serra, na madrugada deste sábado (29), na travessa da Rua Pracuí, no Bairro Colúmbia, em Campo Grande. O crime aconteceu em frente ao filho do casal, de dez meses. Os dois estavam juntos há três anos.
A decisão partiu do juiz Aluízio Pereira dos Santos, responsável pelo Direito da Audiência de Custódia. A autora se entregou à Polícia ainda no sábado e foi presa em flagrante.
De acordo com o depoimento de Deise, o casal estava bebendo na casa de alguns parentes de Wellington e ao retornar para a residência do casal, houve uma discussão, durante o desentendimento acalorado, o marido começou a agredir Deise e dar tapas no rosto da esposa. Nesse momento ele teria pego uma faca e tentado machucá-la.
Para se defender, a acusada pegou uma faca de serra e só feriu o marido porque, segundo ela, ele teria partido para cima da esposa e se jogado em cima da faca. A facada atingiu a região do tórax de Wellington. Deise contou à polícia que o marido ainda tinha sinais vitais quando pediu ajuda aos vizinhos para socorrê-lo.
A vítima foi encaminhada à UBS Nova Bahia, precisou ser reanimada, mas não resistiu e faleceu no local.
O delegado Pedro Henrique Pilar Cunha ressaltou que a versão de legítima defesa, declarada por Deise, é inconcebível e inverossímil, devido a ela não possuir sinais de agressão. Conforme o delegado, Deise agiu com modus operandi consciente e dolosa para matar o marido.
Versões - Deise apresentou ao menos três versões para o crime. O pai da vítima informou ao Campo Grande news, ainda no sábado, que após o episódio, a autora teria ligado para alguns parentes alegando que o esposo teria cometido suicídio. “Meu filho não é de fazer isso. A família dela é tudo louca, agora nem sei como o bebê vai ficar. Ela já era casada antes e já puxava arma pro marido dela”, evidenciou o pai.
A segunda versão é contada por familiares de Wellington. Na noite do crime eles relataram receber um telefonema de Deise informando que o marido já chegou em casa esfaqueado.
De acordo com um dos primos, que não quis ser identificado, a mulher já tinha histórico de apontar facas para Wellington. “Uma vez ela puxou a faca pra ele na casa do irmão dele. Estavam bebendo e discutiram, ela pegou uma faca de serra e ia pra cima dele, a mulher do irmão impediu. Ela sempre foi agressiva, abusiva e ciumenta, não deixava ele sair sozinho”, disse.
A última versão, desta vez contada aos policiais no momento da prisão, e mantida em depoimento, é que de ela apenas se defendeu das investidas do marido, que também estava armado com uma faca.
Desconhecimento - Apesar das declarações de parentes, Gisele Barbosa, de 34 anos, tia de Wellington, relatou durante o velório do sobrinho, que não tinha conhecimento da situação entre o casal. A cerimônia aconteceu neste domingo (30).
"Espero que ela pague pelo que fez, porque não se faz com nenhum ser humano, independente de qualquer coisa. Deus quem dá a vida e é só ele que tem o direito de tirar. Eu sei da índole do meu sobrinho, agora ele descansou", disse.
Ela também lamentou a perda prematura do sobrinho e a falta que o filho sentirá do pai. "Tudo que ele queria na vida era ser pai e quando conseguiu ela fez isso. O filho vai crescer sem o pai".
De acordo com Gisele, a família ainda tenta entender o que ocorreu. "Meu sobrinho era uma ótima pessoa, não dá para entender porque ela fez isso com ele, só nós sabemos o que estamos passando. Não é fácil o que a mãe e o pai dele estão passando. Tenho que ser forte e dar suporte para a minha irmã, mas não é fácil", finalizou.