Pandemia adia retomada de obras que esperam há anos para sair do papel
Consideradas “elefantes brancos”, Aquário do Pantanal e Centro de Belas Artes tiveram projetos emperrados por decretos
Esperança de conclusão de duas obras milionárias, já consideradas “elefantes brancos”, foi frustrada pela situação excepcional imposta pela pandemia. Retomadas depois de anos paradas, o Aquário do Pantanal e o Centro de Belas Artes, em Campo Grande, tiveram os encaminhamentos adiados e devem esperar mais para sair do papel.
O adiamento de cronograma foi inevitável com o decreto municipal, do dia 20 de março, que paralisou todas as obras da construção civil da Capital, pelo período de 15 dias. Para cumprir as determinações legais, a obra do Aquário do Pantanal, localizado na Avenida Afonso Pena, que passava por procedimento de troca de vidros danificados, teve os serviços suspensos.
Iniciada a quase uma década, a construção do empreendimento foi totalmente paralisada em 2016, quando faltava apenas 5% para ser concluída e cerca de R$ 230 milhões havia sido empregados. Na época, o motivo da suspensão foram investigações que apontaram irregularidades na execução dos contratos e desvio de verba.
Em novembro do ano passado, as obras foram retomadas, a partir de contrato de R$ 386,4 mil com a empresa Gomes & Azevedo, para troca dos vidros usados no topo da elipse, formato do empreendimento. A cobertura foi executada no início da obra, com material importado.
Outros dois processos licitatórios estavam em andamento para atender o empreendimento. Um deles é para a cobertura metálica e outra para revestimento composto. Porém, houve a paralisação de todos os trâmites internos da Agesul (Agência Estadual de Empreendimentos), incluindo os do Aquário, para que se cumprisse com a portaria de 25 de março, que estabeleceu a restrição temporária de atendimento e implantou o regime excepcional de teletrabalho.
Em nota, a administração da Agesul admitiu que diante disto, o cronograma de obras sofrerá alterações. “É importante ressaltar que, além das paralisações exigidas por lei, as empresas que trabalham no Centro de Pesquisa e Reabilitação da Ictiofauna Pantaneira estão tendo dificuldade com o fornecimento de materiais”, afirmaram.
Belas Artes – O que no início dos anos 90 era para ser uma rodoviária, passou a ser idealizada, desde 2012, como um centro de Belas Antes. De lá para cá, o projeto não saiu do papel e a estrutura na Avenida Ernesto Geisel, no Bairro Cabreúva, continuou abandonada.
O projeto foi retomado no final do ano passado, com abertura de processo licitatório para selecionar empresa capaz de retomar a obra. No final de fevereiro deste ano, veio o resultado da disputa por R$ 3.175.125,66, cuja vencedora foi a Vale Engenharia.
Mesmo com a retomada do funcionamento dos canteiros de obras autorizada, o projeto ainda passa por trâmites para assinatura do contrato.
De acordo com o secretário municipal de Infraestrutura e Serviço Público, Rudi Fioresi, o cronograma não deve profundamente afetado pela pandemia. “Esta obra conta com recurso de financiamento federal. Pode ser prejudicada se o governo reduzir repasses, coisa que ainda não fizeram”, afirmou.