Para evitar desnutrição, indígenas recebem alimentos na Aldeia Marçal de Souza
Ao todo, 140 famílias foram contempladas com até duas cestas básicas nesta quarta-feira
Indígenas da Aldeia Marçal de Souza, em Campo Grande, receberam nesta quarta-feira (5) cestas básicas distribuídas pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), órgão ligado ao Governo Federal. A ação busca conter possíveis cenários de desnutrição dos indígenas no território sul-mato-grossense e ajudar na alimentação das comunidades. Ao todo, 140 famílias foram contempladas com até duas cestas básicas na aldeia.
A medida aconteceu após a morte de uma criança indígena de 1 ano e 3 meses, na comunidade Santa Felicidade, em Dourados, município a 250 quilômetros da Capital, em maio deste ano. São 27 mil cestas básicas distribuídas no Estado desde junho e 5.401 famílias beneficiadas.
O aposentado Alcides dos Santos, de 71 anos, conta que o recurso é primordial para o sustento, já que não divide moradia com ninguém. “Ajuda bastante. Moro só e me mantenho sozinho”.
Conceição Ornelas, de 60 anos, é dona de casa e aposentada. Ela comemora a distribuição e conta que não havia ajuda alimentar há muitos anos. Ela mora com a filha e o neto e recebeu duas cestas. “Meus outros filhos são todos grandes e moram sozinhos. Ficamos só nós três em casa. Então ajuda bastante”, disse.
O cacique Josias Jordão Ramires, que coordenou a distribuição, ressalta que esse é o segundo mês de distribuição e que, apesar do atraso na entrega, todas chegaram ao destino. Ele não soube informar à reportagem se haverá novos auxílios.
Cesta básica - O conjunto de alimentos que forma as cestas básicas é composto por 21,5 kg de alimentos: 10 kg de arroz, 3 kg de feijão cores, 1 kg de fubá ou flocos de milho, 1 kg de farinha de mandioca ou trigo, 1 unidade de óleo de soja, 1 kg de açúcar cristal, 1 kg de macarrão comum, 1 kg de sal, 2 kg de leite em pó e 0,5 kg de sardinha enlatada.
Distribuição - As entregas de alimentos começam cerca de um mês depois de bebê indígena morrer por desnutrição no Estado. O município onde o caso foi registrado, Dourados, foi um dos 25 contemplados pelas doações.
Caso de desnutrição - Em maio, uma criança indígena de 1 ano e 3 meses morreu por estar desnutrida em Dourados. Ela morava na comunidade Santa Felicidade, que reúne 12 famílias indígenas e 240 famílias de imigrantes no município. Conforme informaram o MPF (Ministério Público Federal) e a Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul, o caso foi considerado isolado.