PM que matou empresário disse que se arrependeu e culpou medicações
Homem se entregou à polícia na manhã desta quinta-feira
O subtenente aposentado da PM (Polícia Militar) José Roberto de Souza, de 53 anos, afirmou em depoimento à polícia que se arrependeu de ter matado com três tiros na cabeça o empresário Antônio Caetano de Carvalho, de 67, na segunda-feira (13), na superintendência do Procon de Campo Grande.
O autor justificou o ato pelo uso do medicamento controlado chamado Amitriptilina, antidepressivo utilizado para tratar depressão e problemas de ansiedade. José Roberto ainda disse que durante o processo de conserto do veículo SW4, da Toyota, que se estendia desde setembro de 2022, teria se sentido desmerecido e destratado pela vítima.
“Na sexta (10) tiveram uma primeira audiência no Procon e a situação não ficou resolvida, então voltaram na segunda, onde o autor iria fazer o pagamento do serviço. Audiência não durou sequer 10 minutos, era para começar às 7h40, mas autor chegou atrasado. Por volta das 8h o autor efetuou os disparos. A arma não foi entregue. Ele afirmou que a teria dispensado”, disse o delegado Antônio Souza Ribas, da 1ª DP (Delegacia de Polícia).
De acordo com representante da delegacia, um dos problemas do conflito estava também na nota fiscal. “O valor total do serviço ficou em R$ 30 mil e faltavam R$ 630, mas a vítima teria oferecido nota de R$20 mil. O autor queria que o valor emitido na nota fiscal do serviço fosse maior, já que ele pagou mais por isso”, completou o delegado.
Ato - À polícia José Roberto de Souza disse que costumava andar armado constantemente, apesar de o registro da arma estar vencido e de a polícia não saber se o acusado possuía o porte.
Na audiência houve uma discussão acalorada, foi quando a vítima se levantou e José sacou a arma, efetuando três disparos contra o empresário. O crime foi classificado como homicídio qualificado pelo motivo fútil e impossibilidade de defesa da vítima.
Rendição - O homem se entregou nesta quinta-feira (16), por volta das 9h30, ele foi levado para exame de corpo de delito no Imol (Instituto de Medicina e Odontologia Legal) e depois seguiu para o Presídio Militar, no Complexo Penal localizado no Jardim Noroeste, bairro do leste da Capital, onde permanece preso.
Próximo passos - Agora a polícia busca localizar a arma utilizada contra o empresário e identificar os motivos do pedido de aposentadoria do ex-subtenente da PM.