Possessivo e frio, Hércules matou ex-namorada ao descobrir novo relacionamento
Polícia acredita que ele tenha ido para o Paraguai durante os cinco meses em que esteve foragido depois de matar Yasmim
"Só vou me manifestar em juízo". Foram essas as palavras de Hércules Alves de Souza, de 21 anos, preso nessa segunda-feira (22), por matar a tiros a ex-namorada Yasmin Beatriz Almeida Guedes, de 18 anos, em setembro do ano passado no Bairro Jardim Colibri, em Campo Grande. Para a polícia, não há dúvidas de que ele planejou a morte da jovem depois de descobrir que ela tinha um novo relacionamento. Os dois marcaram de se encontrar e a caminho do local combinado, ele disparou oito tiros nela.
Hércules estava foragido desde o dia 29 de setembro, além do mandado de prisão em aberto pelo feminicídio, ele também tinha por roubo, porque havia conseguindo autorização judicial para sair e não voltou. Foi denunciado depois de ser visto circulando pelo Jardim Los Angeles e localizado por policiais da 5ª Delegacia de Polícia Civil.
Na manhã desta terça-feira (23), a titular do caso da Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) Anne Karine Trevisan disse que Hércules não prestou informações, mas nega que tenha matado Yasmim.
"Mas para a Polícia, não há dúvida nenhuma. Testemunhas que o viram antes do crime dizem que ele ligou para marcar um encontro e no caminho de onde estavam indo matou ela com oito tiros", explicou a delegada.
O relacionamento dos dois começou na adolescência e era conturbado. A jovem morava com a ex-sogra mesmo depois do término e já tinha começado outro namoro. No tempo em que estava preso por roubo, Yasmim nunca o visitou e ele até teria tido outro relacionamento e se casado por quatro meses.
"No indulto que ele teve, saiu do presídio e chegou a agredi-la fisicamente. Ele não aceitava que ela tivesse relacionamento com outra pessoa, para ele foi traição", conta a delegada.
Sem dar detalhes de onde ficou escondido ao longo de quase cinco meses, Hércules que foi preso depois de uma denúncia anônima de que ele estava próximo à Unei Los Angeles circulando em um Gol vermelho. Ele chegou a dizer que estava na casa de uma tia, o que não é confirmado pela polícia.
"Não é verdade, porque já tínhamos feito diligências na casa dessa tia. Temos indícios de que ele tinha ido para o Paraguai, mas ele negou", completa a delegada.
Definido como possessivo, a titular do caso também descreve Hércules como frio. "Ele não demonstra arrependimento".
Na coletiva, a delegada explica que Hércules saiu do presídio um mês antes de matar Yasmim. No dia do crime, testemunhas acreditam que ele tenha agido por ciúmes. A jovem que nunca chegou a registrar boletim de ocorrência contra o ex-namorado era vítima de violência doméstica constantemente, ainda conforme testemunhas.
"Ela tinha quatro números de telefone diferentes para esconder as coisas", detalha a delegada.
Hércules está preso na Deam, enquanto a polícia ouve mais três pessoas para finalizar o inquérito e encaminhar o caso para a Justiça.