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Capital

Prefeitura paga 25% da dívida de R$ 20 milhões e quer retorno da coleta

Com 39 caminhões parados, 750 toneladas de lixo se espalham pela Capital

Aline dos Santos | 20/09/2013 09:08
Na Maracaju, Centro da cidade, o lixo amanheceu na rua. (Foto: Simão Nogueira)
Na Maracaju, Centro da cidade, o lixo amanheceu na rua. (Foto: Simão Nogueira)

A Prefeitura de Campo Grande pagou 25% da dívida com a empresa CG Solurb, responsável pela gestão dos resíduos sólidos na cidade, e espera o retorno da coleta do lixo no período da tarde.

De acordo com o titular da Seintrha (Secretaria de Infraestrutura, Transporte e Habitação), Semy Ferraz, o valor de R$ 5.521.000,00, referente ao mês de maio, foi quitado no fim da tarde de ontem. O pagamento de parte do débito coincide com a paralisação do serviço, determinada às 15h de quinta-feira.

A expectativa é que a empresa retome a coleta à tarde. No entanto, segundo o secretário, o cronograma deve ser mantido. Ou seja, o lixo no Centro só será recolhido no período da noite e os bairros que ficaram sem coleta na manhã só terão o serviço normalizado amanhã. “Fazer a coleta à tarde no Centro iria tumultuar o trânsito”, afirma Semy.

Ao todo, a Prefeitura devia os meses de maio, junho, julho e agosto, num total de R$ 20 milhões. Segundo o advogado da CG Solurb, Ary Raghiant Neto, nestes nove meses de trabalho, a empresa sempre recebeu atrasado. “Para colocar o caminhão na rua tem que pagar a parcela do veículo, o salário do motorista, o combustível”, salienta. Parte da frota de 39 caminhões é financiada.

Para manter o serviço até agora e o pagamento dos servidores, os proprietário tiveram que recorrer a capital próprio e empréstimos bancários. “Estamos falando de R$ 20 milhões. Não é retaliação contra a Prefeitura”, afirma o advogado.

A CG Solurb informou à Agereg (Agência de Regulação dos Serviços Públicos Delegados de Campo Grande) que o serviço de coleta seria suspenso. Conforme Raghiant Neto, a Lei de Licitações e o contrato preveem suspensão de serviço em caso de mais de 90 dias de atraso no pagamento.

Por enquanto, a empresa descarta acionar a Justiça contra o poder público. Segundo o advogado, a coleta só será retomada quando a CG Solurb receber. O grupo descarta demissões e informa que os salários dos funcionários estão em dia. São 350 trabalhadores, que atuam em dois turnos. Com os 39 caminhões de coleta retidos, 750 toneladas de lixo se espalham pelas ruas de Campo Grande.

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