Preso só entregará nome dos 10 políticos na fase de delação premiada
Preso por exploração sexual de menores, Fabiano Viana Otero só vai revelar os nomes dos outros dez políticos envolvidos no esquema durante a delação premiada. Ontem, ele prestou depoimento, mas manteve sigilo sobre os demais envolvidos. “O importante vai ser entregar os dez nomes durante o processo de delação premiada. Ele vai começar a dar provas sobre o caso”, afirma o advogado Amilton Ferreira de Almeida, que atua na defesa de Fabiano.
Conforme o advogado, se o juiz avaliar que as provas são concretas, a delação premiada é aprovada e são concedidos benefícios. A delação é um acordo previsto em lei. Em geral, o delator precisa revelar dados que auxiliem na identificação dos demais coautores ou envolvido. Como contrapartida, o preso tem benefícios, como redução da pena ou cumprimento em regime semiaberto.
O esquema para agenciar encontro entre adolescentes e políticos veio à tona após a prisão do ex-vereador Robson Martins e do empresário Luciano Roberto Pageu. Eles foram presos no dia 16 de abril, em Campo Grande, depois de receberem R$ 15 mil do vereador Alceu Bueno.
O flagrante foi armado pela Polícia Civil, após o vereador denunciar que já havia pago R$ 100 mil a dupla e era vítima de nova extorsão. O pagamento era para que as imagens do encontro com as adolescentes não fossem divulgadas. Alceu renunciou ao mandato nesta terça-feira.
Fabiano, que agenciava as adolescentes, foi preso no último dia 26. A polícia já o investigava antes da denúncia de extorsão. Uma garota foi encontrada dia 23 de março na casa de Fabiano, com outra menina de 15 anos, que revelou tudo a uma conselheira tutelar.
No curso do escândalo, investigado pela DEPCA (Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente) também surgiu o nome do ex-deputado estadual Sérgio Assis. Bueno e Assis foram indiciados por exploração sexual de adolescentes.