Projeto existe, não sai do papel e avenida continua tomada por erosões
Entra prefeito, sai prefeito e o projeto de revitalização da Ernesto Geisel, orçado em R$ 68 milhões, continua apenas no papel. O problema é que a avenida, que poderia ser um cartão postal de Campo Grande, sempre vira palco de transtornos para a população com erosões e alagamentos toda a vez que a cidade enfrenta chuvas fortes.
Outro problema que atrapalha o fluxo de veículos pode ser encontrado em alguns pontos da extensão da avenida, principalmente no trecho onde fica localizado o Shopping Norte Sul Plaza. São partes do asfalto que cederam obrigando a Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito) a interditar faixas com placas metálicas e refletivas.
O risco de acidentes é eminente porque condutores precisam desviar dos obstáculos. É o que conta o empresário Odílson Franck Oliveira, 44 anos, que mora e trabalha há 15 na região. “Os motoristas que não conhecem a avenida trafegam em alta velocidade e quando enxergam as placas acabam freando bruscamente, é quando acontece os acidentes. Eu tenho até cones em minha empresa para socorrer quem precisa”, explicou.
Ele questiona: "Onde foi parar o dinheiro do projeto da revitalização? Alguém precisa falar para a população onde é que foi investido. Ainda mais se tratando da Ernesto Geisel que é uma via que liga o centro da cidade a diversos outros bairros. O pior é que a tendência é piorar a situação porque toda vez que chove tem enchente. Peço com urgência que arrumem, porque só medida paliativa não adianta”, comentou Odílson.
Apesar de morar há poucos meses às margens da avenida, o mecânico Jonathan dos Santos Silva, 26, já viu o que a força da água da chuva pode causar na região onde fica o Rio Anhanduí. “A água desce levando todo o barranco. O medo da gente é que a enchente chegue até as casas próximas. A prefeitura precisa fazer uma barreira para a água não chegar às margens da avenida urgentemente”, mencionou.
Esse também é o medo da dona de casa Josefa Conceição Pereira, 64. “Quando chove muito a água sobe e a gente fica em frente de casa cuidando para ela não entrar em casa. Quando vejo que está subindo demais eu já começo a levantar as coisas para não molhar. Moro há 35 anos na mesma casa e tenho que viver com o mesmo problema desde quando me mudei, mas e o IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) que eu pago”, destacou.
Para o comerciante Marcílio Severino Dias, 60, a obra ideal é fazer uma contenção de enchentes. “Só assim mesmo para o problema acabar. O pessoal que mora da parte entre a Rua Bom Sucesso até o Shopping Norte Sul Plaza, por exemplo, fica ilhado. Essa erosão está crescendo cada dia mais”, finalizou.
O prefeito Alcides Bernal (PP) prometeu destravar o projeto até janeiro de 2016. Ele lembrou que as duas empresas que foram vencedoras dos primeiros processos licitatórios desistiram da obra e a prefeitura revogou a licitação em julho deste ano.
Conforme Bernal, intenção é retomar a licitação em janeiro do próximo ano e dar seguimento a assinatura das ordens de serviço. O prefeito ressaltou ainda que deve manter o último projeto, mas pretende licitar a obra por partes, tendo em vista que a realização depende de contrapartida da prefeitura e existe dificuldades financeiras para concluí-las de forma integral.