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Capital

Surto respiratório se estabiliza na Capital, mas hospitais seguem lotados

Duas semanas após situação de emergência ser decretada, cenário ainda não é de melhora

Por Cassia Modena | 14/05/2024 10:21
Fila de espera era grande na UPA Moreninhas em 29 de abril; cenário hoje ainda não é de melhora (Foto: Arquivo/Juliano Almeida)
Fila de espera era grande na UPA Moreninhas em 29 de abril; cenário hoje ainda não é de melhora (Foto: Arquivo/Juliano Almeida)

O surto de doenças respiratórias leves e graves, além das mortes e internações relacionadas, está dando trégua em Campo Grande neste início de maio. Porém, a Capital segue sob decreto de emergência por causa delas e continua enfrentando superlotação nas unidades de saúde e hospitais.

Segundo consulta feita hoje (14) ao painel de síndromes respiratórias da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), diminuiu 83% o número de pessoas que morreram entre 28 de abril – dois dias antes da publicação do decreto – e 11 de maio por SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave). No mesmo período, a quantidade de casos mais delicados caiu 44%.

A secretária municipal de Saúde, Rosana Leite, explica que os números mais baixos não representam queda, e sim, que a tendência é de estabilidade num cenário que segue difícil.

"Não são indicadores de queda. Os hospitais seguem lotados, tínhamos 40 crianças à noite para serem transferidas [para hospitais] e não tem vaga. Além disso, três pacientes entubados. A tendência é de estabilidade com relação às semanas anteriores, mas a quantidade ainda é considerada alta", detalha Leite.

Arte: Lennon Almeida
Arte: Lennon Almeida

Para completar, esta semana a Capital enfrenta estiagem de mais de 20 dias associada a um período de temperaturas mais baixas devido a uma massa de ar polar, que vem da Argentina. Os termômetros mostravam mínima de 15ºC nesta manhã, segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia).

Todo esse cenário é "convite" à transmissão de doenças respiratórias. Segundo a secretária, continuam valendo as recomendações feitas pela pasta: uso de máscaras por pessoas com sintomas gripais; lavar sempre as mãos; e se vacinar contra o vírus influenza.

Em 30 de abril, secretária Rosana Leite anunciou decreto de emergência e deu detalhes sobre surto respiratório (Foto: Alex Machado)
Em 30 de abril, secretária Rosana Leite anunciou decreto de emergência e deu detalhes sobre surto respiratório (Foto: Alex Machado)

Outra situação que prejudica o enfrentamento ao surto, é a quantidade alta de acidentes de trânsito, que acaba aumentando a procura por atendimento e reduzindo o número de leitos disponíveis. "Neste domingo de Dia das Mães (12), tivemos muitos casos de traumas atendidos. Então, pedimos cuidado no trânsito", finaliza.

Quase metade - Do início do ano até agora, 1.292 casos de SRAG foram registrados em Campo Grande, número que representa mais de um terço e está próximo à metade dos 3.161 notificados durante 2023 inteiro.

Em todo o Mato Grosso do Sul, segundo o último boletim epidemiológico da SES (Secretaria Estadual de Saúde), houve quatro mortes por SRAG. O cenário estadual em relação aos óbitos também é de estabilidade.

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