ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
JULHO, TERÇA  16    CAMPO GRANDE 29º

Capital

Temporários do município estão sem salário; compromisso é pagar dia 15

“Todo ano dá problema. É uma briga pelo pagamento da folha complementar”, diz presidente da ACP

Lucia Morel e Natália Olliver | 06/03/2023 18:59
Fachada da sede da Semed, em Campo Grande (Foto: Google Street View)
Fachada da sede da Semed, em Campo Grande (Foto: Google Street View)

Professores temporários de Campo Grande enfrentam todos os anos a espera pelo salário, que só é pago quase um mês depois de terem trabalhado todo o mês de fevereiro. “Todo ano dá problema. É uma briga pelo pagamento da folha complementar”, diz o presidente da ACP (Sindicato Campo-Grandense dos Professores), Gilvano Bronzoni.

Vítima dessa demora, professora relatou a situação ao Campo Grande News e prefere não ter o nome divulgado para evitar problemas. Segundo ela, é uma peleja conseguir ser regularizado como contratado.

“Todo começo de ano ficamos sem salário por não trabalharmos em janeiro, o que até aí está tudo bem. Porém, começamos em fevereiro esperando o salário de março. Damos nosso jeito de ir. Pegamos dinheiro, empréstimos e mais empréstimos de terceiros para sobreviver os 30 dias. E simplesmente, quando chega o dia do pagamento, nossos nomes não estão nem ativos no portal do servidor”, revela.

A profissional relata ainda que liga na Semed (Secretaria Municipal de Educação) e é informada que a escola onde trabalha não enviou os dados necessário no prazo certo para efetivá-la. Por sua vez, a escola diz que entregou sim. “E nós ficamos assim: sem respostas e sem nenhum respaldo”.

Professora mostra geladeira vazia e diz: "é a mais pura verdade, não tem nada mesmo". (Foto: Direto das Ruas)
Professora mostra geladeira vazia e diz: "é a mais pura verdade, não tem nada mesmo". (Foto: Direto das Ruas)

Emocionada, ela disse que hoje chegou na escola onde dá aulas chorando. “Hoje fui trabalhar chorando, decepcionada, porque como professora afirmo: é um trabalho de amor e doação que fazemos como missão. Compramos materiais do próprio bolso muitas vezes para melhor atender nossos alunos e quando chega o dia de receber e cuidar da nossa família, somos esquecidos”, lamenta.

Segundo a professora, outros profissionais do colégio, também contratados, choraram. “Não sei da onde vou tirar dinheiro pra comprar um gás de cozinha”, disse, reforçando que “a situação é muito pior quando vemos cogitarem aumento da prefeita enquanto nós lutamos para receber o piso conforme está na lei”.

Ela enviou foto da geladeira vazia e reforçou que "isso é a mais pura verdade, não tem mesmo". A professora mora sozinha com o filho que tem menos de 10 anos de idade.

Conforme Gilvano, da ACP, em reunião na prefeitura hoje cedo, foi garantido que o pagamento dos temporários será feito, sem falta, até dia 15 de março. Mas lembra que se não fosse a pressão sindical, de fato, os pagamentos certamente ficariam para abril.

Em nota, a Semed informou que "contando com a hipótese de inserções futuras no sistema Ergon, já tinha no seu planejamento o pagamento de uma folha complementar no mês de março. A Secretaria está buscando alternativas para que essa situação não aconteça nos próximos inícios de anos letivos".

Matéria editada às 14h06 de 07 de março para acréscimo da resposta da prefeitura.

Nos siga no Google Notícias