Trans que teve 90% do corpo queimado tinha voltado para MS há 4 dias, diz irmã

“O que fizeram com ela eu não desejo nem para o meu pior inimigo”, diz Thays Ferreira de Lima, de 27 anos, irmã da transexual Pamela Myrela, que teve 90% do corpo queimado após se desentender com duas travestis em uma boate na madrugada de domingo (19), em Campo Grande.

Na tarde desta segunda-feira (20), o Campo Grande News conversou com familiares de Pamela por telefone, já que todos moram em Trindade, Goiás. Eles dizem estar sem acreditar na crueldade que fizeram. Thays contou que a irmã veio para Campo Grande para visitar alguns amigos há mais ou menos oito anos, se encantou pela cidade e resolveu ficar.

“Ela passou o Natal e Ano Novo conosco aqui em Goiás e ficou mais um tempinho na casa da nossa mãe. Ela foi embora na quarta-feira, dia 15, e no domingo aconteceu essa maldade.  Nosso pai já faleceu, sempre foi nós três: eu, ela e a nossa mãe. Apesar de longe, ela ligava para gente todo dia”, contou Thays com a voz embargada.

O hospital informou que Pamela deu entrada com queimaduras de 2º e 3º grau, por todo dorso, face, pescoço e pernas. E que ela está sedada e intubada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), em estado gravíssimo.

Assim como disseram os vizinhos, Pamela é vista pela família como uma pessoa muito amável, doce e alegre. A suposta briga na boate surpreendeu a irmã. "Ela nunca arrumou briga com ninguém. Ela é muito no canto dela. A gente visitou ela algumas vezes e conhecemos o namorado”, disse.

Ainda em choque com o que aconteceu, Thays disse que ficou sabendo do ocorrido por ligação que fizeram para a mãe dela, que tenta vir para Campo Grande ver a filha.

Entenda - A delegada Cynthia Gomes explicou que todas as envolvidas estavam em boate frequentada por garotas de programa, quando houve desentendimento entre a vítima e a suspeita, identificada como Baby. Por conta da confusão, a suspeita e uma amiga foram expulsas do local e para se vingar resolveram atear fogo em Pamela.

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