"Usei para proteger a cabeça": bombeiro teve mão amputada após ônibus tombar
Militar utilizava o cinto de segurança e considera estar vivo um "livramento", apesar de perder a mão
Tentando se acostumar com a nova realidade, o bombeiro militar Willian Eugênio do Nascimento, de 24 anos, uma das vítimas do acidente envolvendo um ônibus de viagem, na madrugada de segunda-feira (12), na BR-163, em São Gabriel do Oeste, precisou passar por cirurgia e teve a mão esquerda amputada.
Ao Campo Grande News, o jovem contou que dormia no momento do acidente, e que acordou quando o ônibus começou a balançar e tombou para o lado em que ele estava. “O ônibus começou a arrastar, mas a janela estourou. Aí eu usei uma das minhas mãos para proteger a minha cabeça e o restante do corpo”, contou.
Durante o ocorrido, outros passageiros que não utilizavam cinto de segurança foram arremessados em direção a Willian, que precisou utilizar o braço direito não fraturado para retirar as pessoas de cima dele.
“Assim que o ônibus parou eu consegui mexer o braço direito. Eu saí por aquela janela [saída de emergência] que tem no teto, usei minha camiseta para estancar o sangramento da minha mão e deitei em frente do ônibus para esperar por ajuda”, relatou.
Após ser socorrido, o militar foi encaminhado para a Santa Casa de Campo Grande, onde passou por cirurgia de emergência, precisando ter a mão esquerda amputada.
Quanto ao futuro, Willian confessa que ainda não sabe como será viver sem o membro, mas que está feliz por continuar vivo. “Eu tenho uma filha de 1 ano e 6 meses. Eu estava preocupado em sangrar demais. Agora, estou feliz que vou poder conseguir ficar com ela”, disse. Acompanhado do pai, o jovem continua internado na Santa Casa sem previsão de alta.
O acidente – O ônibus da empresa Andorinha saiu de Cuiabá (MT) com destino a Campo Grande, mas ao passar pelo km 626 da BR-163, próximo ao entroncamento da Coamo, em São Gabriel do Oeste, distante 140 quilômetros da Capital, o motorista, de 51 anos, perdeu o controle do veículo e tombou.
No veículo de dois andares, estavam 28 passageiros. Uma mulher identificada como Esmeralda Brites Marques, de 74 anos, e que estava na poltrona número quatro, não resistiu aos ferimentos e morreu.
Outras 22 pessoas foram socorridas por equipes do Corpo de Bombeiros, sendo seis delas em estado grave. A Santa Casa de Campo Grande acionou o plano de assistência a múltiplas vítimas para dar conta de atender pacientes que chegaram no pronto-socorro.