Clima retrai epidemia de dengue, mas impulsiona casos de gripe
Campo Grande tem 16 casos suspeitos de H1N1 – vírus popularmente conhecido como gripe suína – registrados em 2016. Até agora apenas um paciente teve a doença confirmada, de acordo com a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública).
A gripe começa a ganhar força enquanto as notificações de dengue diminuem na Capital. A média diária de casos notificados de dengue caiu 47% em Campo Grande, quando comprado os registros de janeiro e abril, conforme dados do boletim epidemiológico divulgado pela Sesau ontem (29). Já são 22.429 notificações de dengue, desde o dia 1° de março são 147,2 casos notificados de todos os dias na Capital, mas no mês de janeiro foram 311,6 notificações diárias.
“Os casos de H1N1 sempre preocupam. Mas agora é o início do período das infecções respiratórias. Cai a temperatura e há tendência maior das pessoas ficarem em ambientes mais fechados, favorecendo a troca do vírus. Enquanto isso a proliferação do mosquito Aedes é lenta, justamente por conta do clima menos favorável”, explicou o médico infectologista e representante da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) em Mato Grosso do Sul, Rivaldo Venâncio da Cunha.
Ele alerta para que as pessoas fiquem atentas aos casos de gripe, para diferenciar a forma mais grave da doença. “Quando a febre persiste por mais do que três dias, sempre alta e não cede. Além da tosse, que pode sugerir pneumonia. Nestas situações pode estar relacionada a H1N1 e suas variações”.
Os dados de influenza, atualizados até essa terça-feira (29), ainda não incluem a investigação do caso da mulher de 32 anos internada em estado grave no CTI (Centro de Terapia Intensiva) do Hospital Unimed. Ela já teria H1N1 confirmado por exame laboratorial, mas a Sesau afirma que ainda não foi notificada sobre o caso.
Venâncio explica que os vírus da influenza A – H1N1 e H3N2 – já estão inseridos no Estado desde 2009, mesmo assim os cuidados para evitar a doença precisam ser feitos. “Já são sete anos com o vírus em circulação, e há dois anos as pessoas ainda estava relutantes em ser vacinadas. É importante vacinar, em especial idosos e gestantes, além de tomar as precauções individuais de higiene, limpar o nariz, proteger o espirro e sempre lavar as mãos com água e sabão”, disse o médico.
No boletim epidemiológico de influenza, divulgado pela SES (Secretaria de Estado de Saúde) no dia 17 de março, a Capital tinha 11 casos notificados. Mas em apenas 12 dias, a Sesau confirmou mais cinco pacientes com suspeita da doença.
Casos - Nos 76 primeiros dias do ano, ainda durante o verão, Mato Grosso do Sul já tinha registrado uma morte por H1N1, além de 60 casos notificados de outros tipos de influenza A, que inclui o vírus H3N2. Os casos foram registrados entre 1° de janeiro e 16 de março. Mas, a partir do dia 2 de fevereiro foram 45 casos notificados em 43 dias, passaram de 15 para 60 - aumento de 75%.
O paciente que morreu por conta da doença era de Corumbá, a 420 quilômetros de Campo Grande, onde o número de casos notificados chega a 44, o maior entre os cinco municípios que registram a doença até agora. Além de Campo Grande, casos de gripe também foram notificados em Ponta Porã (3), Caarapó (1) e Ladário (1).
O segundo boletim epidemiológico da SES – divulgado no dia 17 de março –, aponta que desde o início do ano até o dia 16 de março, 151 amostras foram encaminhadas para triagem no Lacen (Laboratório Central de Saúde Pública). Os dados estaduais apontam cinco casos confirmados, quatro de H3N2 em Campo Grande e um de H1N1 em Corumbá. Porém na Capital, a Sesau confirmou apenas um caso.
No primeiro boletim eram 15 casos notificados – um em Campo Grande e 14 em Corumbá. Além de 57 amostras avaliadas pelo Lacen, com quatro confirmações – três na Capital (de H3N2) e um em Corumbá (de H1N1).
Desde 2009 até 2015 foram registradas 86 mortes por influenza A – 15 causadas por H3N2. Somente no ano passado foram sete mortes, uma delas por H1N1.
A Capital teve 255 notificações de influenza em 2015, com 34 casos positivos – dois para H1N1, 24 para H3N2 e oito para influenza B. Ao todo foram sete mortes, uma por H1N1, quatro por H3N2 e duas por influenza B.
Vacinação - A Campanha Nacional de Imunização contra a influenza começa em Mato Grosso do Sul a partir do dia 30 de abril, quando também será o dia da mobilização conta a doença em todo o Brasil. A vacinação esta prevista para acontecer até o dia 20 de maio.