Hora para antiobióticos comprometeu situação de Rita
A Associação das Vítimas de Erro Médico realizou coletiva de imprensa nesta tarde para apresentar a conclusão dos laudos que avaliaram a situação da jovem Rita Steffany de Oliveira, de 19 anos, que ficou sem os movimentos e a fala após cirurgia para retirada de pedra dos rins realizada no HU (Hospital Universitário).
Por conta do conteúdo dos prontuários obtidos e pela ação por danos morais a ser protocolada em breve, não foram divulgados detalhes das causas que deixaram Rita em tal situação. Uma acusação da entidade é que o intervalo para ministrar antiobiótico no combate a uma infecção não foi respeitado, o que prejudicou todo o tratamento.
"Ela estava tomando antiobiótico que deve ser dado de 12 em 12 horas. Ela tomou a primeira dose e somente 20 horas depois foi medicada novamente. Isso culminou na sequela que ela apresenta. Foram erros incalculáveis para a saúde da Rita", avalia Valdemar Moraes de Souza, presidente da Associação.
Pela análise preliminar dos prontuários, há indícios concretos de imperícia, imprudência e negligência pela parte de médicos, enfermeiros e funcionários que atenderam a jovem, assegura a associação.
Rita deu entrada no hospital em 26 de janeiro para retirada de pedra nos rins e saiu três meses depois sem movimento, fala, tornando-se totalmente dependente para tudo. Além disso, as condições físicas, de pessoal, procedimentos e medicamentos utilizados podem apontar as causas reais do problema de Rita, reflete o presidente da entidade.
A ação por danos morais é movida pela advogada Giovanna Trad, que pediu para que os detalhes continuem em sigilo, para não atrapalhar as ações judiciais a serem protocoladas. Um dos documentos mais importantes é o livro da enfermagem, que vai apontar se houve alteração do prontuário da paciente.
O acesso aos prontuários foi possível após intervenção do MPF (Ministério Público Federal).