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Cidades

Inquérito da PF vai apurar morte de índio e ação policial em confronto

Aliny Mary Dias | 30/05/2013 18:59
Ônibus trouxe policiais federais e indígenas presos para sede da PF em Campo Grande (Foto: Vanderlei Aparecido)
Ônibus trouxe policiais federais e indígenas presos para sede da PF em Campo Grande (Foto: Vanderlei Aparecido)
Entre armas apreendidas estão espingardas, foices e facões (Foto: Vanderlei Aparecido)
Entre armas apreendidas estão espingardas, foices e facões (Foto: Vanderlei Aparecido)

Após a prisão de 14 indígenas e apreensão de três adolescentes durante a ação de reintegração da posse da fazenda Buriti em Sidrolândia, na manhã desta quinta-feira (30), a Polícia Federal já abriu inquérito que irá apurar a ação dos agentes e os possíveis crimes dos indígenas. O responsável pela morte do indígena Oziel Gabriel, de 35 anos, também será apurada na investigação.

Os 14 índios foram trazidos para a sede da PF em Campo Grande onde devem ser ouvidos durante toda a noite. Outros três adolescentes foram apreendidos e levados para a delegacia da Polícia Civil e também serão ouvidos.

Os indígenas estão em um auditório para onde as armas apreendidas também foram levadas. Entre os itens estão três espingardas, foices, facões, armas artesanais e munição.

Conforme a PF, o depoimento de cada índio deve durar 40 minutos e todos serão ouvidos pelo delegado de plantão. Após as oitivas, a polícia irá definir se todos foram detidos por desacato e desobediência, informação inicial repassada pela PF.

Caso os crimes de desacato e desobediência forem confirmados, os índios podem ser liberados mediante pagamento de fiança. Os crimes têm pena prevista de 6 meses a 2 anos de detenção.

O inquérito aberto no fim da tarde de hoje também vai apurar a ação da polícia. Os indígenas alegam que os agentes chegaram atirando, já a corporação diz que foi recebida a tiros e não reagiu.

Ainda segundo a Polícia Federal, três policiais tiveram ferimentos leves. Um colete que foi atingido por um tiro está na sede da corporação e irá passar por perícia.

Confronto – O comandante da Polícia Militar em Mato Grosso do Sul, coronel Carlos Alberto David dos Santos disse ao Campo Grande News que a área já foi desocupada, porém, um novo reforço policial da tropa de choque de Dourados foi solicitado.

A fazenda foi invadida pelos terenas em 15 de maio. No mesmo dia, saiu uma decisão para que os índios deixassem o local. Mas a reintegração não foi cumprida e no dia 18 a decisão acabou suspensa até ontem, quando foi realizada audiência na Justiça Federal. Sem acordo entre as partes, o juiz Ronaldo José da Silva determinou o cumprimento da reintegração de posse.

Os índios reivindicam 17 mil hectares da aldeia Buriti que estão na posse de fazendeiros e que foram identificados em 2011 como terra indígena.

A operação da manhã desta quinta conta com a Polícia Federal, Polícia Militar, Bombeiros, médicos do Samu e policiais da Companhia de Gerenciamento de Crises e Operações Especiais (Cigcoe).

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