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Interior

“Para evitar crimes”, polícia fica em área de conflito, afirma secretário

São cerca de 80 policiais do Bope, Choque e Força Tática, além da Inteligência da Polícia Civil

Anahi Zurutuza e Fernanda Palheta | 05/08/2019 10:57
Viaturas da PM e do Corpo de Bombeiros na fazenda na quinta-feira (Foto: Direto das Ruas)
Viaturas da PM e do Corpo de Bombeiros na fazenda na quinta-feira (Foto: Direto das Ruas)
Até helicóptero foi enviado para a área de conflito (Foto: Direto das Ruas)
Até helicóptero foi enviado para a área de conflito (Foto: Direto das Ruas)

O efetivo das polícias Militar e Civil enviado para Aquidauana pelo Governo de Mato Grosso do Sul para retirar cerca de 200 indígenas de área ocupada na fazenda Água Branca será mantido na região por tempo indeterminado. São cerca de 80 policiais.

De acordo com o secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública, Antônio Carlos Videira, as tropas estão no local não para fazer reintegração de posse, mas para evitar conflitos entre produtores rurais e indígenas. Além de “garantir a ordem”, o objetivo é impedir que “crimes graves” sejam cometidos.

As equipes são do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais), Batalhão de Choque e Força Tática da Polícia Militar, além do serviço de Inteligência da Polícia Civil. “Vamos manter o quanto for necessário com possibilidade de aumentar ou diminuir [o efetivo] de acordo com as informações da Inteligência”, disse o secretário durante evento para a entrega de equipamentos na DGPC (Delegacia Geral de Polícia Civil) nesta manhã.

Videira explica que crimes como furto qualificado, ameaças e danos ambientais foram registrados na região de conflito. “Temos que pontuar que foi uma ação de ação preventiva. A polícia já agiu assim em Caarapó e eventuais confrontos em setembro no ano passado. Ainda assim acontecem crimes de ameaças e danos imensuráveis ao meio ambiente quando tacaram fogo na vegetação”.

Fogo na pastagem de fazenda, em Aquidauana, onde índios foram retirados sem ordem judicial (Foto: Direto das Ruas)
Fogo na pastagem de fazenda, em Aquidauana, onde índios foram retirados sem ordem judicial (Foto: Direto das Ruas)

Retirada – Na manhã de quinta-feira (1º), cerca de 200 indígenas ocuparam a fazenda Água Branca, em Aquidauana. Eles exigiam a desocupação imediata da propriedade. Na sequência, no período da tarde, houve a chegada da polícia. A fazenda foi desocupada sem ordem judicial.

Em vídeo compartilhado nas redes sociais, um dos líderes da ocupação aparece com a cabeça ensanguentada e relata ação truculenta.

Os Kinikinau reivindicam área de 4 mil hectares, mas a fazenda Água Branca não tem um grupo oficial para estudo de terra indígena.

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