Advogados apelam ao MPF contra ação policial em área de conflito
Invasão à Fazenda Santa Maria aconteceu no domingo (26), envolvendo forças táticas da PM e DOF.
Um grupo de advogados apelou ao MPF (Ministério Público Federal) para que acompanhe de perto o inquérito já aberto para investigar o conflito entre policiais e indígenas ocorrido na última segunda-feira (27), em uma fazenda de Caarapó. As denúncias envolvem irregularidades no tratamento considerado “despropocional” contra a comunidade.
O pedido, assinado pelos advpogados Lairson Palermo e Edivaldo Cardoso, denuncia irregularidades no tratamento de policiais militares e agentes do DOF (Departamento de Operações de Fronteira), bem como grupamento aéreo , dado aos indígenas durante operação de desocupação da Fazenda Santa Maria.
O texto ressalta que a operação não se justifica, pois não se tratou de um ato de demarcação, e sim para prender um idoso de 70 anos.
“Uma demonstração de força desproporcional contra indíegas; uma ação de guerra”, destaca.
A invasão da fazenda Santa Maria levou clima de guerra para a área, que fica a 25 quilômetros da região central da cidade, na margem da estrada que liga ao município de Laguna Carapã.
A propriedade é reivindicada por moradores da aldeia Tey Kuê como parte do Território Dourados Amambay-Peguá, identificado em estudos publicados em maio de 2016.
Pelo menos outras 17 propriedades rurais estão ocupadas por índios no município de Caarapó. Em julho do ano passado, os índios tentaram invadir a fazenda Santa Maria, mas recuaram após a chegada de homens da Força Nacional e policiais militares.
Em junho de 2016, produtores rurais enfrentaram os índios durante ocupação da fazenda Yvú, a poucos quilômetros do local. Um agente de saúde indígena morreu e outros seis índios ficaram feridos.