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Interior

Ainda sem receber salário, enfermeiros do Evangélico iniciam greve amanhã

Helio de Freitas, de Dourados | 18/12/2014 09:43
Profissionais de enfermagem denunciam que hospital particular não pagou salários de novembro e primeira parcela do 13º (Foto: Eliel Oliveira)
Profissionais de enfermagem denunciam que hospital particular não pagou salários de novembro e primeira parcela do 13º (Foto: Eliel Oliveira)

Profissionais de enfermagem do Evangélico, maior hospital particular do interior de Mato Grosso do Sul e que presta serviços de alta complexidade ao SUS (Sistema Único de Saúde), ainda não receberam o salário de novembro e o 13º e iniciam paralisação amanhã em Dourados, a 233 km de Campo Grande.

Lázaro Santana, presidente do Siems (Sindicato dos Trabalhadores na Área de Enfermagem de Mato Grosso do Sul), informou na manhã desta quinta-feira ao Campo Grande News que chega a Dourados por volta de meio-dia, para definir com os funcionários do hospital a escala de trabalho para o início da greve. A promessa é manter trabalhando apenas 30% do quadro de enfermagem.

“O prazo previsto no edital sobre a paralisação termina hoje. Se o hospital não pagar os salários e pelo menos a primeira parcela do 13º hoje, amanhã os profissionais de enfermagem iniciam a paralisação”, informou Santana.

Na terça-feira, quando a greve foi anunciada, a direção do hospital informou que dependia de R$ 150 mil a serem repassados pela prefeitura de Dourados pelos serviços de alta complexidade prestados a pacientes do SUS. O Evangélico é contratado pelo município para oferecer atendimento de oncologia, nefrologia e cardiologia.

Já a prefeitura informou que não tinha recebido o repasse do Ministério da Saúde, valor que não foi enviado até a manhã desta quinta. Entretanto, a Secretaria Municipal de Saúde critica o hospital por alegar a falta desse repasse como motivo para o atraso no pagamento dos salários.

“Não temos nada com folha de pagamento do HE. Temos contrato de prestação de serviços somente nas áreas de cardiologia, oncologia e nefrologia, cujo repasse é vinculado, por força de contrato, ao repasse do Ministério da Saúde. Isso acontece em todo o país, não é privilégio nosso. Este valor é para o HE pagar o serviço de câncer, hemodiálise e cirurgias cardíacas, não é para destinar ao pagamento de funcionários”, afirmou o secretário de Saúde, Sebastião Nogueira.

Lázaro Santana, no entanto, rebate a afirmação do secretário e diz que o município deveria assumir a responsabilidade como gestor da saúde e fazer o repasse emergencial para garantir o pagamento dos funcionários. “Não são milhões, mas apenas 300 mil reais para uma situação de emergência, que é pagar o salário dos funcionários”, afirmou o sindicalista.

Segundo ele, no início do mês, alegando falta de dinheiro em caixa, o hospital pagou apenas o salário dos funcionários que recebem até R$ 907 líquidos, o que representa metade da folha de pagamento. Pelo menos 300 trabalhadores ficaram sem receber – 200 deles são profissionais de enfermagem.

“Esperamos que o problema seja resolvido ainda hoje. Caso contrário, vamos fazer uma grande mobilização amanhã em frente ao hospital e iniciar a paralisação”, declarou Santana.

Nesta quinta-feira, a assessoria da Secretaria de Saúde informou que não existe previsão de quando o Ministério da Saúde irá repassar o dinheiro a ser pago ao Evangélico.

Já a assessoria de imprensa do hospital informou que a direção está “fazendo todos os esforços possíveis” para pagar os atrasados até amanhã.

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