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Interior

"Foi um aperto danado", resume funcionário feito refém durante roubo de aviões

Ele e os filhos, de 17 e 13 anos, acordaram na madrugada com bandidos invadindo casa aos chutes

Liniker Ribeiro | 06/09/2021 17:08
Ademar é funcionário de Aeroclube há 23 anos e viveu noite de terror durante roubo. (Foto: O Pantaneiro)
Ademar é funcionário de Aeroclube há 23 anos e viveu noite de terror durante roubo. (Foto: O Pantaneiro)

Funcionário do Aeroclube de Aquidauana há 23 anos, o auxiliar de serviços gerais Ademar Gonçalves Almada viveu minutos de terror, na madrugada desta segunda-feira (6), ao ter o sono interrompido por bandidos armados, que roubaram três aeronaves de pequeno porte do local. Ao lado dos filhos adolescentes, de 17 e 13 anos, o trabalhador foi rendido e ameaçado.

"Até agora, eu não consegui esquecer! Foi um aperto danado, os caras só falando em matar e eu com meus guris. Chegaram em casa chutando porta, invadindo, acordei com o grito dos meninos", lembrou o zelador em entrevista ao Campo Grande News.

Segundo ele, pelo menos três pessoas entraram na casa, enquanto outras duas teriam ficado do lado de fora. Preocupada, a vítima chegou a pedir para que eles não fizessem nada com os moradores e chegou a oferecer o pouco que tinha no momento. "Perguntei o que eles queriam, falei que tinha R$ 100, mas disseram que não queriam me roubar, apenas os aviões".

Na ação, os bandidos obrigaram pai e filhos a deitarem no chão, enquanto eram amarrados. Depois, eles foram obrigados a seguir até local onde a bomba de combustível fica armazenada e onde também tiveram que deitar ao chão.

Os criminosos chegaram a ameaçar queimar o trabalhador. "Quando acabaram de abastecer os aviões, tacaram gasolina em mim, da cintura para baixo e falaram 'taca fogo'. Foi um aperto", mencionou.

Ademar lembra ainda, que a todo o momento, os homens falaram diferentes idiomas, mas também haviam brasileiros. "Não sei se eram paraguaios ou bolivianos, mas uns falavam português. O "branquinho" mesmo, que 'apertava' a gente, falava português. Só quando ia falar com os outros que usava outro idioma".

Após a tormenta, Ademar revela planos de deixar o imóvel onde vive com os filhos. "Eu quero sair de casa, não quero mais ficar aqui com os guris", concluiu.

Abastecimento - Mais cedo, em entrevista ao site O Pantaneiro, Ademar contou que as aeronaves foram abastecidas pelos próprios bandidos durante a "noite de tempestade". Pelo menos 406 litros foram usados.

Os aviões levados foram uma Bonanza, modelo V35B, e duas Cessna, modelo 182.

Uma das aeronaves roubadas na madrugada desta segunda-feira. (Foto: Direto das Ruas)
Uma das aeronaves roubadas na madrugada desta segunda-feira. (Foto: Direto das Ruas)

Investigações - Além das policias locais, equipes de Campo Grande também se deslocaram para Aquidauana, como equipes do Dracco e do Batalhão de Choque da Polícia Militar.

Existe a hipótese de que os ladrões tenham fugido rumo à Bolívia. Conforme apuração da reportagem do Campo Grande News, uma testemunha do roubo afirma que os ladrões agiram em bando, totalizando 18 homens que embarcaram nas aeronaves com vários pacotes. Não foi possível especificar o que havia nos volumes.

Notificada, a FAB (Força Área Brasileira) confirmou que intensificou o controle do tráfego sobre o espaço aéreo de Mato Grosso do Sul.

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