Governo corta R$ 20 milhões e afeta obra de hospital da mulher e da criança
Corte adotado pelo Ministério da Economia representa 62% dos recursos autorizados para o Hospital Universitário da UFGD
O HU (Hospital Universitário) da Universidade Federal da Grande Dourados foi a terceira instituição pública mais afetada em todo o país pelo corte de verbas adotado no mês passado pelo Ministério da Economia do governo Bolsonaro.
Entre 110 instituições de saúde, ensino e pesquisa afetadas pelo bloqueio total de R$ 5,7 bilhões, o hospital da UFGD aparece no terceiro lugar. Ficou sem 62% do investimento autorizado anteriormente.
O Campo Grande News teve acesso à lista dos bloqueios na Secretaria de Orçamento Federal mostrando que R$ 20 milhões dos R$ 32,1 milhões autorizados foram bloqueados por decreto do ministro da Economia Paulo Guedes.
Na frente do HU da UFGD estão apenas o Hospital Universitário da Universidade Federal do Piauí, que teve bloqueio de 100% dos R$ 7 milhões autorizados, e o Hospital Universitário Gaffree e Guinle, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, que ficou sem R$ 18,5 milhões dos R$ 27,6 milhões – 67% - autorizados anteriormente.
Em nota de esclarecimento encaminhada pela assessoria de imprensa, o HU informou que o bloqueio divulgado em documento atribuído à Secretaria de Orçamento Federal refere-se a uma emenda da bancada parlamentar de Mato Grosso do Sul destinada a investimento na continuidade da obra da Unidade da Mulher e da Criança, atualmente em execução.
O HU adota o nome “unidade”. Já o atual secretário estadual de Saúde Geraldo Resende, que lutou pela construção quando ocupava o mandato de deputado federal e conseguiu garantir os recursos em Brasília, chama a unidade de “hospital”.
Ainda de acordo com a nota do HU, o montante chegou a ser liberado no dia 2 de abril deste ano, mas foi bloqueado pelo Ministério da Economia no dia 16. “Cabe explicar que tal recurso foi aprovado pelo Congresso Nacional quando da votação da Lei Orçamentária Anual”.
O HU explicou que o valor bloqueado, por se tratar de recurso voltado a investimentos, não influencia no custeio diário do hospital, ou seja, até o momento não houve contingenciamento dos valores remetidos para a manutenção da instituição. Garante ainda que a assistência aos pacientes não sofrerá impactos. Não há por enquanto previsão de paralisação da obra, pelo menos até o final deste ano, segundo o hospital.
Mais cortes – No Estado, além do HU de Dourados os cortes afetam a UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), que teve bloqueados 33% dos R$ 155,5 milhões autorizados – R$ 50,7 milhões – e o IFMS (Instituto Federal de Mato Grosso do Sul), que ficou sem R$ 6,9 milhões dos R$ 40,3 milhões autorizados.
A própria Universidade Federal da Grande Dourados teve 30% de R$ 63,9 milhões bloqueados e terá R$ 18,9 milhões a menos no orçamento.