Índios denunciam ao Cimi ataque a acampamento em Naviraí
Índios guarani-caiuá denunciam ataque de jagunços em Naviraí, na área em que denominam tekohá Kurupi. De acordo com relatos encaminhados ao Cimi (Conselho Indigenista Missionário), entre 21h da última quarta-feira e 1h de quinta-feira, homens armados foram ao local atearam fogo a barracos.
“Desde setembro de 2014, quando cansaram de viver à beira da rodovia e passaram a reivindicar a terra tradicional, os ataques são constantes, com disparos, pressões, ataques de lideranças. Não podem ir à cidade sem sofrer coações e ameaças”, afirma o missionário Matias Rempel.
De acordo com ele, os indígenas ficam entre a rodovia e uma picada de mato. Segundo Matias, os guaranis contam que o grupo chega em caminhonetes, efetua disparos (para que os indígenas recuem) e queimam barracos. “O acampamento não tem a mínima segurança”, afirma.
Segundo ele, a área foi identificada como indígena, mas os estudos foram paralisados. O conflito fundiário, que ganha status de tradicional ao se arrastar por décadas no Estado, se acirrou nos últimos meses. Em agosto, Semião Fernandes Vilhalva, 24 anos, foi morto no município de Antônio João, onde estão em disputa 10 mil hectares na faixa de fronteira com o Paraguai. A reportagem não conseguiu contato com a PF (Polícia Federal) de Naviraí.