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Interior

Justiça afasta prefeito investigado em operação do Gaeco por pagar propina

Priscilla Peres e Paulo Yafusso | 17/07/2015 11:24
Prefeito foi afastado do cargo nesta manhã, enquanto Gaeco faz buscas em sua casa. (Foto: Divulgação)
Prefeito foi afastado do cargo nesta manhã, enquanto Gaeco faz buscas em sua casa. (Foto: Divulgação)

Silas José da Silva (PSDB), prefeito de Água Clara - distante 198 km de Campo Grande, foi afastado do cargo por decisão cautelar do TJ/MS (Tribunal de Justiça), e está impedido de entrar na Prefeitura e manter contato com testemunhas. Ele é acusado de pagar propina a dois vereadores para atender interesses próprios.

O Gaeco (Grupo Especial de Repressão ao Crime Organizado), com o apoio da Polícia Militar realiza operação nesta manhã no município, onde estão sendo cumpridos mandados de busca e apreensão na Prefeitura e na casa do prefeito.

As investigações comandadas pelo coordenador do Gaeco, promotor de justiça Marcos Alex Vera de Oliveira começaram a partir do recebimento de denúncia de que Silas José da Silva teria pago propina a dois vereadores para aprovar a lei de orçamento do município. Um dos vereadores, Marcelo Batista de Araújo, conhecido como Marcelo Carvoeiro, gravou o pagamento de propina.

Segundo o Gaeco, ele devolveu R$ 18 mil que teriam sido repassados pelo prefeito Silas. O dinheiro teria sido entregue aos vereadores nos meses de abril, maio e junho, sendo que o próprio chefe do Executivo fez o pagamento em abril e junho.

O Gaeco afirma que em denúncia formulada pelo vereador Marcelo Batista, o prefeito teria oferecido, em troca do voto favorável pela aprovação de Lei Orçamentária, e a título de propina, o pagamento de R$ 6 mil mensais, que seriam repassados em dinheiro todo dia 20 de cada mês. O vereador chegou a gravar em vídeo sobre a entrega de uma das três parcelas, que totalizaram R$ 18.000 em espécie, recurso esse que foi apreendido e está depositado em conta judicial.

Ainda na fase da investigação, outro Vereador de Água Clara, Waldenir Ferreira Lino, também confirmou em declarações ter recebido do Prefeito proposta de pagamento de propina, em troca do voto pela aprovação da Lei Orçamentária, cujo texto original autorizava o Poder Executivo a abrir crédito suplementar, sem prévia anuência da Câmara, de 50% do total das despesas.

Além dos Vereadores Marcelo Batista de Araújo e Waldenir Ferreira Lino, foi ouvido o Presidente da Câmara Municipal de Água Clara, Valdeir Pedro de Carvalhe, e mais quatro testemunhas. Na casa do prefeito foram apreendidos documentos e um notebook e na Prefeitura um computador. O prefeito, assim como a assessoria de imprensa e secretários do município foram procurados mas não comentaram o assunto.

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