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Interior

Mãe procura polícia após filha autista voltar da creche com cabelo “picotado”

Menina tem sensibilidade na cabeça e secretaria informou que vai investigar a situação

Por Ana Beatriz Rodrigues | 07/08/2024 15:55

“Fiquei em estado de choque quando eu vi o que fizeram com o cabelo da minha filha”. É assim que a dona de casa, de 24 anos, começou a falar sobre o que aconteceu na tarde de terça-feira (6) no Ceinf (Centro de Educação Infantil) São João, em Ribas do Rio Pardo, a 97 quilômetros de Campo Grande.

Com medo de represálias, a mãe da menina de 4 anos preferiu não se identificar, mas ao Campo Grande News contou que a filha tem TEA (Transtorno do Espectro Autista), por isso tem muita sensibilidade na cabeça e fica agitada quando tocam nos cabelos dela.

“Eu havia feito um pedido escrito à mão para não mexerem no cabelinho dela, eu cuido em casa e por isso não precisam arrumar na escola. Sempre mando de cabelo preso por conta do piolho e converso com ela que precisa deixar o cabelo daquele jeito”, contou.

A mãe da menina disse que estranhou quando viu a filha de cabelo solto na segunda-feira (5), mas não falou nada com a direção da escola. “Quando busquei ela na terça-feira percebi a trança, mas pensei que tivesse sido uma evolução dela, quando fui dar banho ela me falou ‘mamãe, está faltando um pedaço do meu cabelo’. Quando soltei a trança percebi que o que ela estava falando era verdade e fiquei em choque”, detalhou a dona de casa.

Abalada com a situação, a mãe questionou a escola e ninguém soube explicar o que aconteceu. Ela procurou a secretaria de educação, mas não teve um parecer e por isso foi até a delegacia.

Na imagem da esquerda o cabelo da menina como era e na direita é como ficou (Foto: Arquivo Pessoal)
Na imagem da esquerda o cabelo da menina como era e na direita é como ficou (Foto: Arquivo Pessoal)

“O investigador conversou com a delegada e falaram que o caso era para registrar como lesão corporal, pois ninguém pode cortar o cabelo de uma criança sem autorização”, explicou.

A reportagem questionou a Secretaria de Educação da cidade para entender como o caso esta sendo tratado pelo município. Por meio de nota, a assessoria respondeu que não irá realizar nenhum pronunciamento até o final das investigações e que a situação relata pela mãe será rigorosamente apurada para identificação de responsabilidades e autores.

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