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Interior

Presídio em MS tem surto de covid-19 com mais de 50 detentos infectados

Mutirão de testes está sendo realizado desde ontem (6) após confirmação de 35 casos positivos da doença no local

Ana Oshiro | 07/01/2021 09:05
Presídio de Ponta Porã é o que mais tem casos confirmados atualmente (Foto: Arquivo)
Presídio de Ponta Porã é o que mais tem casos confirmados atualmente (Foto: Arquivo)

Unidade Penal “Ricardo Brandão”, presídio de segurança média em Ponta Porã, a 323 km da Capital, tem surto de covid-19 com 54 infectados até momento, segundo relatório diário do Comitê de Enfrentamento à Covid-19 da Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário), divulgado na manhã desta quinta-feira (7).

Mutirão está sendo realizado em presídio de Ponta Porã (Foto: Divulgação/Agepen)
Mutirão está sendo realizado em presídio de Ponta Porã (Foto: Divulgação/Agepen)

Na última quarta-feira (6) a Agepen iniciou mutirão de testes, o número de casos confirmados é apenas um balanço, já que a testagem não foi finalizada. 400 testes rápidos, repassados pela SES (Secretaria Estadual de Saúde), foram encaminhados para realização do mutirão. A testagem em massa começou depois da confirmação de 35 pessoas infectadas após "rebelião" de presos na última sexta-feira (1).

Ao todo, em Mato Grosso do Sul, são 117 reeducandos em tratamento pela Covid-19 entre a massa carcerária, mas atualmente, segundo a Agepen, a unidade de Ponta Porã é a que requer maior atenção.

Em nota, a assessoria informa que "não há nenhum caso grave ou que necessite atendimento externo. Todos os identificados são isolados e imediatamente iniciam o tratamento, pela equipe de saúde do presídio, com o objetivo de não evoluir pra gravidade de casos".

Policiais durante liberação de refém no último sábado (Foto: Tião Prado)
Policiais durante liberação de refém no último sábado (Foto: Tião Prado)

"Rebelião" - Na última sexta-feira (1), por volta das 16h, sete presos realizaram um tumulto na unidade penal, eles fizeram um agente penitenciário refém por 10h30. Entre as reivindicações dos detentos era maior atenção nos processos judiciais, além de providências quanto à covid-19. A intenção seria chamar atenção da mídia e da Justiça.

Segundo a Agepen, o ocorrido não foi considerado como rebelião por ter sido uma situação isolada e sem adesão de outros detentos. Todos os presos envolvidos foram transferidos para um presídio em Campo Grande.

Em julho de 2020 unidade tinha mais que o dobro da capacidade de detentos (Foto: Arquivo/Direto das Ruas)
Em julho de 2020 unidade tinha mais que o dobro da capacidade de detentos (Foto: Arquivo/Direto das Ruas)

Superlotação - O presídio de Ponta Porã está superlotado, com espaço para 324 detentos, quase o dobro de pessoas estão presas na unidade penal, que atualmente tem cerca de 620 internos, dos quais 341 esperam julgamento.

De acordo com a Agepen, no começo de 2021 a obra da Penitenciária da Gameleira unidade 2, na Capital, deve ser entregue, agregando mais 603 vagas ao sistema prisional, desafogando outras unidades.

A assessoria da agência ainda informa que uma licitação para a elaboração dos projetos de ampliação de seis presídios no Estado, com mais 908 vagas a serem geradas, está em andamento.

Medidas de biossegurança - De acordo com a Agepen, uma série de medidas de biossegurança estão sendo adotadas desde o início da pandemia, como higienização regular com uso de desinfetantes hospitalar, uso de EPI's (Equipamento de Proteção Individual) pelos servidores, aferição de temperatura na entrada das unidades, tapete higienizador e disponibilização de álcool em gel em varias partes dos presídios. Além disso, os presos também ganharam uma hora a mais para banho de sol.

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