Presos dizem que homem torturado até a morte tentou estuprar mulher
Depoimentos são contraditórios e polícia faz diligências para traçar o que aconteceu no dia do crime
Três dos cinco presos pela tortura e morte de Claudenir Ortega, de 33 anos, ou "Eco", afirmam que o crime ocorreu após a vítima tentar estuprar uma mulher. Contudo, as versões apresentadas são contraditórias e a polícia trabalha para apurar o que, de fato, levou à morte do homem e quem seria o real autor do crime, que aconteceu em Japorã, a 487 quilômetros de Campo Grande.
Foram presos: Germano Rodrigues Martins, 40, Armando Rocha, 52, Jorge Fernandes, 51, Claudineia Martins, 37, e Cláudia Nunes, 41. A Polícia Civil pediu a prisão preventiva de Germano e Jorge, principais autores até o momento. Todos passam por audiência de custódia nesta quinta-feira (26).
As informações são de que Jorge, que é tio de Cláudia, agiu para defender a sobrinha de estupro. Contudo, há relatos dos presos de que a família tinha raiva de Eco, por ele ter matado o irmão de Jorge há cerca de 13 anos.
Algumas versões mudaram na delegacia, como a de Claudineia, que é casada com Germano. Ela diz que Germano e os outros dois homens mataram Eco, mas depois afirma que viu apenas Jorge brigando com Claudenir e depois carregando algo em uma carriola.
Já Jorge, apontado como principal autor, nega o crime, o que confronta a versão da sobrinha, Cláudia, que afirma ter presenciado o crime. A mulher confirma que Eco matou um tio dela há 13 anos e a família tinha "muita raiva" dele.
Na data do crime, contou que todos os envolvidos estavam bebendo pinga e cerveja juntos. Em seguida, quando estavam em casa já, Eco apareceu com um machado e começou a brigar com Jorge. Cláudia diz que Jorge tomou o machado e deu um golpe na cabeça de Eco, que caiu, mas não morreu.
Em seguida, viu o tio pegando um chucho, espécie de faca artesanal, e passou a perfurar o corpo da vítima, que foi amarrada e colocada na carriola. Depois, jogada às margens da estrada. A mulher ainda revela que a intenção era jogar o corpo no asfalto para os carros passarem por cima, mas não soube dizer por que Jorge o jogou no mato. O machado estaria escondido na casa de Cláudia, mas ela afirma que não ajudou no crime, apenas ficou olhando tentando impedir.