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Interior

Professor é sequestrado, amarrado e agredido ao chegar para dar aula

Grupo de mães quer que servidor seja retirado da escola e o acusa de ter ofendido familiares de alunos

Por Ana Paula Chuva | 20/02/2025 15:19


RESUMO

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Um professor de 51 anos foi sequestrado, amarrado e agredido por um grupo de aproximadamente 15 pessoas, majoritariamente mães de alunos, na Aldeia Limão Verde, em Amambai, a 351 km de Campo Grande (MS). O incidente ocorreu na manhã desta quinta-feira (20), quando Delfino Borvão chegava para dar aulas. Segundo relatos, o grupo rejeitava a presença do professor na escola devido a supostos áudios ofensivos contra familiares dos alunos. A Polícia Militar foi acionada pelo líder da aldeia, Oldeir Pavão Rodrigues, e encontrou a vítima com roupas rasgadas, sendo agredida com facões, pedras, madeira e armas indígenas. Durante o resgate, os policiais também foram ameaçados pelo grupo. O professor, que nega a existência dos áudios ofensivos, foi encaminhado para atendimento médico. O caso está sendo investigado pela polícia local.


Professor de 51 anos, identificado como Delfino Borvão, foi resgatado pela PM (Polícia Militar) na manhã desta quinta-feira (20), após ter sido sequestrado por grupo de indígenas quando chegava para dar aulas em uma escola na Aldeia Limão Verde, em Amambai, cidade a 351 quilômetros de Campo Grande. A vítima foi amarrada e espancada pelas pessoas e precisou ser levada para atendimento médico.

De acordo com o boletim de ocorrência, os policiais foram acionados pela liderança da aldeia, Oldeir Pavão Rodrigues, de 44 anos, depois que o grupo de mães levou a vítima amarrada até sua casa. Por telefone, ele informou que as mulheres ameaçaram linchar Delfino por não aceitarem mais ele dando aulas na escola que fica dentro da comunidade. A rejeição ao professor seria por conta de áudios espalhados em grupos há alguns meses em que ele teria ofendido os familiares dos alunos.

Quando os militares chegaram, encontraram Delfino deitado no chão no terreno da casa de Oldeir com os pés e mãos amarrados. Ele foi levado ao local após chegar à escola para dar aulas por volta das 7h. O professor estava com calça e camisa rasgadas e pedia socorro enquanto era agredido por, ao menos, 15 pessoas com facões, pedras, pedaços de madeira, estilingues e arco e flecha.

Ainda segundo o registro, quatro policiais estiveram no local e foram recebidos com muita agressividade. Eles deram início à negociação e, quando finalmente o grupo decidiu que deixariam a vítima sair, alguns integrantes passaram a gritar “vamos matar vocês também [policiais], não tentem salvar ele”.

Foi então que dois dos quatro militares entraram no meio do grupo e fizeram o resgate do professor, que foi levado ainda com os braços amarrados para a viatura e depois encaminhado para atendimento médico. Um grupo de motoqueiros chegou a acompanhar a equipe policial ameaçando a vítima.

Procurados pela reportagem, Delfino afirmou não saber de nenhum áudio dele ofendendo familiares de alunos e relatou estar sendo ameaçado pelo grupo, que é apoiador de Oldeir há algum tempo e não é a primeira vez que é agredido. No entanto, o líder da aldeia alegou não ter relação com o sequestrado, inclusive, foi ele quem acionou a polícia.

Oldeir também nega que o grupo de mães tenha agredido Delfino e diz que elas apenas não querem mais que o professor dê aulas na escola da aldeia. O caso foi registrado na delegacia da cidade e é investigado.

 Professor é sequestrado, amarrado e agredido ao chegar para dar aula
Delfino com braços e mãos amarrados no terreno da casa de Oldeir (Foto: Direto das Ruas)

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